O adubo de cobertura deve ser aplicado quando a cultura já está estabelecida, visando assegurar a disponibilidade dos nutrientes que as plantas necessitam durante seu ciclo de vida. Ou seja, é uma adubação de manutenção. Esta modalidade de adubação é normalmente complementar a adubação de plantio, que é realizada no momento do plantio ou semeadura da cultura de interesse.
A adubação de plantio visa atender as demandas nutricionais iniciais da cultura, normalmente se dá grande foco a fontes fosfatadas, com possibilidade de adição também de macronutrientes secundários (Ca, S e Mg) e micronutrientes (Mn, Zn, B e Cu).
Entretanto, devido à grande demanda das culturas por nitrogênio (N) e potássio(K), somada à elevada dinâmica destes nutrientes no solo e seus potenciais riscos salinos, muitas vezes estes nutrientes não serão totalmente supridos através da adubação de plantio, fazendo necessário a complementação ou total disponibilização destes por meio do adubo de cobertura.
Em outras palavras, essa prática visa complementar a adubação de plantio, disponibilizando nutrientes de forma mais sincronizada com a marcha de absorção das culturas e reduzindo potenciais perdas de nutrientes do sistema produtivo.
Quando fazer a adubação de cobertura?
Isso irá depender do ciclo de vida da cultura, das condições de solo, como relevo, textura e teor de matéria orgânica, além de condições climáticas e disponibilidade hídrica. Na cultura do milho por exemplo, que é uma gramínea altamente responsiva, a adubação com N, P e S no plantio e N, K, S em cobertura nos estádios V4/V5.
Em situações de solos arenosos e com baixo teor de matéria orgânica e grande volume pluviométrico, como ocorre em regiões do Cerrado brasileiro, pode se justificar uma segunda adubação de cobertura no período reprodutivo.
Tendo como exemplo uma cultura perene como a pastagem, após correção e preparo do solo, deve ser realizado a adubação de plantio junto à semeadura da forrageira. Assim como mencionado para o milho, na adubação de plantio é priorizado o aporte de N, P, S e possivelmente K + micronutrientes, visando estabelecer um bom arranque inicial, com desenvolvimento vigoroso de raízes, caules e folhas.
Estando a pastagem estabelecida, entra em cena a adubação de cobertura, que normalmente é realizada antes do início do período de chuvas, visando aportar nutrientes que permitam uma rebrota vigorosa e um maior acúmulo de matéria seca. Na Figura 1 é demonstrado a aplicação de adubo de cobertura com um equipamento centrífugo de distribuição de fertilizantes em superfície.
Em culturas de ciclo anual, como grãos, a adubação de cobertura é normalmente realizada por aplicadores centrífugos que distribuem o fertilizante sobre a cultura, o mesmo se aplica para diversas culturas de baixo porte. Já a adubação de cobertura de espécie arbóreas ou arbustivas, como café, citros, eucalipto normalmente são realizadas de forma direcionada à cova ou à linha de plantas, visando otimizar a utilização do insumo, conforme é demonstrado na Figura 2.
Em cultivos florestais, é comum a realização de adubação de cobertura, sobretudo para micronutrientes, por via aérea, através de um avião agrícola.
Como a adubação de cobertura é realizada sobre a cultura estabelecida, não deve ser realizada quando as folhas estiverem úmidas ou por meio de fertilizante com excesso de finos, pois a aderência de partículas de fertilizantes nas folhas pode causar lesões (Figura 3), que reduzem área fotossinteticamente ativa, além de facilitar a infecção de patógenos.
Quais são os adubos de cobertura?
O adubo de cobertura a ser utilizado depende da disponibilidade de nutrientes no solo, da cultura e da real expectativa de produção. A disponibilidade de nutrientes no solo irá depender por exemplo da realização ou não da adubação de plantio e tempo decorrido desta adubação, assim como textura de solo, estruturação e teor de matéria orgânica.
Sobre a cultura, é preciso conhecer sua demanda nutricional, demanda esta que muda de espécie para espécie ou mesmo de cultivar para cultivar. Além da genética da cultura, o real potencial produtivo local irá determinar a demanda nutricional da cultura, alterando o manejo da adubação.
De forma geral, culturas mais produtivas são altamente demandantes de N, o que torna o manejo deste nutriente em adubações de cobertura ainda mais imprescindível.
O adubo de cobertura pode ser constituído por matérias-primas puras, o que tende a reduzir a diversidade de nutrientes disponibilizados por operação de adubação, onerando o processo operacional. A mesma operação pode ser realizada através da utilização de formulações de fertilizantes, conforme apresentado na Imagem 4, o que permite uma disponibilização mais equilibrada de nutrientes sem ônus operacional.
Adubo de cobertura para a soja
No caso da soja, a adubação de cobertura normalmente é realizada apenas com K, já que na maioria das vezes o fornecimento do N, P, S e micronutrientes ocorre na adubação de plantio. Por ser uma leguminosa com grande capacidade de fixação de N atmosférico, a adubação de plantio visando suprir o arranque inicial é suficiente, não sendo necessário adubação de cobertura deste nutriente.
Mas o mesmo não se aplica para outra leguminosa com menor capacidade simbiôntica, como o feijão, em que a nodulação não é capaz de suprir todo o N demandado pela cultura, fazendo necessária a adubação de cobertura também com N. Dessa forma, as adubações de cobertura compõem o plano de nutrição da cultura, que busca garantir disponibilidade equilibrada de nutrientes ao longo de todo o clico da cultura de interesse.
Sempre é necessário utilizar adubo de cobertura?
Não, em alguns casos apenas a adubação de plantio é suficiente, como ocorre na aplicação de fórmulas como 05.25.25 na semeadura da soja, com apenas uma operação de adubação de plantio, é possível em determinadas circunstâncias, suprir as demandas de macro e micronutrientes de todo o ciclo da cultura. Em alguns casos, a adubação de plantio pode ser feita de forma localizada, no sulco de semeadura ou no fundo de covas. Já as adubações de cobertura, ocorrerão em superfície, evitando o revolvimento do solo e a danificação de raízes.
Na quinta figura, é demonstrado o procedimento de regulagem do equipamento centrífugo de aplicação do adubo de cobertura. Para tanto, são posicionadas bandejas perpendiculares ao sentido de caminhamento do equipamento, sobre as quais serão depositadas o fertilizante aplicado, que será quantificado visando assegurar a aplicação da dose correta, na faixa de aplicação correta.
Esse procedimento deve ser realizado a cada início de operação e a cada alteração de lote de fertilizante, já que grânulos de diferente formato, tamanho e densidade possuem diferentes comportamentos balísticos ao serem arremessados pelo equipamento, o que exige nova regulagem para assegurar a uniformidade de deposição das partículas ao longo da faixa de aplicação.
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Alan Ataíde – Especialista em Desenvolvimento de Mercado Mosaic Fertilizantes