O boro é um elemento mineral descrito como essencial. Isso significa que na sua ausência as plantas não completam seu ciclo fisiológico, gerando uma semente (descendente) capaz de germinar e se desenvolver. Além de ser essencial ao desenvolvimento das plantas, este nutriente é demandado ao longo de todo o desenvolvimento das culturas.
O boro pode ser caracterizado como sendo um nutriente estrutural, uma vez que mais de 90% do total de boro em uma planta se concentra nas paredes celulares e membranas (Hu & Brown, 1994), estruturas responsáveis por dar forma e rigidez às células vegetais. Dessa forma, um sintoma típico da deficiência deste elemento é a má formação de órgãos vegetais. Provavelmente o impacto mais comum e imediato seja no crescimento radicular. Estudos de Kobayashi et al. (1999) demonstram que horas após a indução de deficiência de boro às plantas, já se observa redução no crescimento radicular.
Além da função estrutural, o boro participa de funções metabólicas, como a transcrição do DNA, indispensável para a multiplicação celular ou a remobilização de carboidratos, com conjunto destaque ao magnésio e potássio, indispensáveis ao processo de enchimento de grãos.
Onde encontrar o Boro?
No solo, o Boro é encontrado nos minerais silicatados, adsorvido em argilominerais, na matéria orgânica (MO) e nos hidróxidos de alumínio e ferro (Dechen & Nachtigall, 2007). O B disponível encontra-se nas camadas superficiais dos solos bem drenados e a MO constitui importante fonte desse elemento para as plantas, através do processo de mineralização. A textura do solo também exerce influência na disponibilidade de B, sendo esperado maiores teores do elemento com o aumento do teor de argila. Em solos arenosos pode haver maior lixiviação do nutriente, carreado pelo fluxo de águas pluviais que o removem do ambiente produtivo.
Além de sua descrita essencialidade, estudos de Blevins et al. (1998) descrevem efeitos sinérgicos entre o suprimento de boro e a absorção de potássio, assim como a absorção radicular de fósforo pode ser reduzida em condições de deficiência de boro, basicamente pelo fato do boro estimular uma estrutura de membrana celular denominada bomba de sódio-potássio, responsável pela polarização das membranas celulares e consequente geração de força para absorção radicular ativa de fósforo e potássio.
Apesar de toda essa funcionalidade, o elemento é demandado em pequenas quantidades, cerca de 0,35Kg/ha para uma produtividade de soja de 80sc/ha, enquanto a demanda de nitrogênio passa de 300Kg/ha.
Até aqui parece fácil, entretanto, disponibilizar boro, mesmo em pequenas quantidades relativas nas camadas superficiais de solos agrícolas tropicais ao longo de todo o ciclo da cultura não é, a priori, uma missão fácil.
O desafio: disponibilização do boro
Diferentemente da “regra” dos nutrientes que se ionizam quando em solução do solo, o que resulta na formação de cargas elétricas, e consequente retenção às cargas do solo, o boro em ambientes agrícolas permanece em sua forma molecular (H3BO3), não tendo assim, carga elétrica resultante. Isso leva o elemento a grande exposição a movimentação conforme o fluxo de água, o que pode representar perdas.
Globalmente, diversos estudos indicam que a deficiência de boro é uma das mais predominantes dentre os micronutrientes (Shorrocks, 1997). Em levantamento realizado por Abreu et. al. (2005), mais de de 13.000 amostras de solos provenientes de 21 estados brasileiros, 40% apresentaram baixos teores de B disponíveis (<0,2 mg dm-3 ).
Apesar dessa grande dinâmica no solo, o boro apresenta baixíssima mobilidade na planta, o que torna os aportes foliares muito limitados. Segundo estudo de Boaretto, et al. (2007), em citros, somente 3,2% do boro absorvido via foliar foi translocado pela planta 240 dias após aplicação. Se não bastasse, as fontes de boro são limitadas, e muitas vezes, de baixa eficiência, uma vez que disponibilizam todo o boro disponível imediatamente, expondo-o a perdas ou risco de toxidez, além do ônus operacional de aplicação/distribuição.
Mas e a solução?
Como solução à essa toda essa problemática em torno do manejo do boro, a Mosaic Fertilizantes desenvolveu o Aspire, fertilizante que através da tecnologia patenteada Nutriform, alia duas fontes de boro à partícula de potássio, assegurando boro para a demanda inicial, com segurança de disponibilidade até o final do ciclo da cultura. Segundo estudo de Da Silva et al. (2018), o uso de Aspire resulta em uma distribuição espacial de boro mais uniforme e reduz riscos de toxicidade ou perdas por lixiviação, por propiciar melhor sincronia entre disponibilidade de nutrientes e demanda da cultura. Em mais de 200 campos comparativos em áreas comerciais no Brasil, a Aspire incrementou a produtividade de soja em 2,9 sc/ha, quando comparado ao manejo padrão da fazenda.
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