gesso agrícola

Guia completo: benefícios do gesso agrícola na produção agropecuária

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gesso agrícola

O gesso agrícola ou até mesmo fosfogesso, é o produto oriundo da produção de fertilizantes fosfatados, como TFS, MAP e DAP. Considerado por muitos ainda hoje como “subproduto”, pode ser também classificado como uma “especialidade” dentro da produção de fertilizantes.

Mas você conhece os benefícios do uso do produto nos solos? A agricultura nacional tem enfrentado condições de déficit hídrico ao longo das safras com maior frequência, sejam elas no verão ou no inverno. 

Diante deste cenário atual, técnicos especializados na área recomendam intensificar o investimento na construção do perfil de solo, principalmente em regiões onde ocorrem maior frequência veranicos, outras que o volume de chuvas cessam mais cedo, ou ainda, em casos de plantio de lavouras antes da época ideal de semeadura, período o qual há irregularidade de chuvas. 

Para isso, o gesso agrícola  passa a ser um “seguro” para problemas na safra. Neste artigo vamos falar mais sobre o uso desse insumo.

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Origem do gesso agrícola

O gesso agrícola, também denominado de fosfogesso é um produto oriundo dos processos produção de fertilizantes fosfatados solúveis de alta concentração, como TSP (Superfosfato Triplo), MAP (Monoamônio Fosfato) e DAP (Diamônio Fosfato). 

O fosfogesso, classificado como um condicionador de solos Classe E pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), vem se tornando um insumo insubstituível para a produção diversas culturas, além de ser fundamental para recuperação de pastagens degradadas, devido aos efeitos benéficos que proporciona aos sistemas de produção.

O gesso agrícola costuma ser utilizado especialmente nas culturas de:

– soja;

– milho;

– feijão;

– algodão;

– cana-de-açúcar;

– café;

– citrus;

– pastagens.

Qual a fórmula química do gesso agrícola?

A formação do gesso agrícola ocorre através da reação entre a rocha fosfatada pré-processada com o ácido sulfúrico para produção de ácido fosfórico (H3PO4). Para cada tonelada de H3PO4, se gera entre 4 a 5 toneladas de gesso agrícola.

A composição química exigida pelo órgão regulador do gesso agrícola é de:

– Cálcio (Ca): 17% (Mín);

– Enxofre (SO4 ): 14% (Mín);

– Fósforo (P2O5): 0,6-0,75%;

– Umidade livre: 25% (Máx).

Função do gesso agrícola no solo

O emprego do gesso agrícola tem como principal objetivo a construção do perfil do solo, atuando como condicionador de subsuperfície, neutralizando a atividade do alumínio tóxico presente em camadas profundas do solo. 

Fornece também Ca e S em grandes quantidades para cultivos agrícolas e pastagens, reduz a salinidade em solos salino-sódicos e/ou com elevados teores de potássio, pode ser utilizado para enriquecimento de materiais orgânicos e na produção de fertilizantes organominerais.

Principais características do gesso agrícola

– É composto por cálcio e enxofre, em formas altamente solúveis, o que lhe confere mobilidade ao longo do perfil do solo, alcançando as camadas mais profundas; 

– Nas camadas mais profundas do solo, reage com o Al+3 (alumínio) que  representa um elemento tóxico para as raízes, neutralizando o efeito deste  e permitindo o adequado desenvolvimento de raízes em volume e profundidade, o que traz benefícios às plantas quanto a capacidade de absorver água e nutrientes;

– É uma fonte dos nutrientes cálcio e enxofre, para complementação das adubações NPK;

– Não altera o pH do solo;

– É de fácil aplicação no campo, sem necessidade de incorporação com implementos agrícolas.

Condicionador de superfície

A toxicidade do alumínio ocorre desde a camada arável até nas camadas inferiores, onde a correção de solo com calcário não é eficiente. 

A partir disso, o gesso agrícola neutraliza a toxidez de alumínio nas camadas subsuperficiais e fornece cálcio em maior profundidade, levando a um melhor desenvolvimento de raízes, permitindo que as plantas explorem melhor a água disponível nos solos.

Efeito fertilizante

Os solos tropicais já apresentam baixo teor de enxofre no perfil que, somado ao uso de fertilizantes “concentrados” que não possuem enxofre em sua composição, como Ureia, Monoamônio Fosfato (MAP), Diamônio Fosfato (DAP) e Cloreto de potássio (KCl), levam ainda mais a uma deficiência deste elemento. 

Para se corrigir essa deficiência, o gesso agrícola pode ser utilizado como fertilizante, pois é uma fonte de cálcio e enxofre muito eficiente e com ótimo custo x benefício. 

Seu uso como fertilizante deve seguir algumas premissas, dentre elas, a limitação de dose a ser aplicada, que não deve ultrapassar 500 kg/ha.

Redução da salinidade

Solos com altos teores salinos de sais, principalmente sódio (Na) e potássio (K) se dão, principalmente em regiões áridas e semiáridas, regiões costeiras próximas ao litoral e em áreas submetidas a adubações potássicas muito elevadas, ou mesmo em áreas produtoras de cana-de-açúcar que recebem quantidades elevadas de vinhaça. 

Nestes casos, o gesso irá minimizar os efeitos do excesso de sódio e potássio, pois o cálcio presente no gesso substitui o sódio e o potássio adsorvido à argila, e a água atua lixiviando este elemento dos perfis superficiais e originando espécies químicas não tóxicas e melhor aproveitáveis pelas plantas.

Enfermidades em plantas

Atua na prevenção de enfermidades em plantas através de duas formas:

  1. Eleva a emergência de plântulas, visto que a taxa de infiltração de água no solo se beneficia com o gesso devido a floculação da argila (melhoria das estruturas dos agregados);
  2. Como é uma boa fonte de cálcio, este tem função estrutural na planta (formação da parede celular), o que pode diminuir o efeito do ataque de patógenos. Além disso, o enxofre atua como repelente para diversas pragas de importância agrícola.

Enriquecimento de materiais orgânicos e produção de fertilizantes organominerais  

No processo de fermentação de materiais orgânicos, ocorrem perdas de N em forma de amônia (NH3+). Neste caso, recomenda-se o uso de gesso agrícola, pois ele reage com esta amônia, convertendo-a em sulfato de amônio, o que leva a uma menor volatilização. 

Além disso, enriquece os materiais orgânicos com Ca e S. Também pode ser utilizado eficientemente na composição de fertilizantes organominerais farelados ou granulados.

Quais os benefícios do gesso agrícola?

Homem usando blusa quadriculada de mangas longas, calça jeans e botas, observando plantação.

O gesso agrícola promove o crescimento em volume e profundidade das raízes das culturas, fazendo com que a planta absorva mais água e nutrientes necessários para seu desenvolvimento e produção.

Isso contribui para a redução do estresse hídrico das plantas, minimizando riscos climáticos durante as safras, já que há um melhor aproveitamento da água disponível no solo quando se tem maior volume de raízes explorando o perfil do mesmo. É por isso que se afirma hoje que o gesso representa um importante seguro contra a seca.

O uso do gesso agrícola promove a correção das propriedades químicas do solo que limitam o desenvolvimento do sistema radicular nas camadas mais profundas.

Além disso, o gesso auxilia na:

– eficiência de adubações com melhor absorção dos nutrientes móveis como nitrogênio, potássio e boro;

– formação de raízes profundas e vigorosas.

Contudo, o gesso promove maior potencial produtivo para lavouras e pastagens, trazendo maior rentabilidade aos agricultores e pecuaristas, além de incrementar a fixação de carbono nos solos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. 

Como recomendar o uso do gesso agrícola?

Antes de tudo, deve-se realizar uma boa amostragem e realizar a análise de solo nas camadas subsuperficiais.

Profundidade de amostragem

Culturas anuais: amostragem na camada de 20-40 cm

Cana-de-açúcar: amostragem na camada de 25-50 cm

Culturas perenes: amostragem na camada de 40-60 cm

De maneira geral, o critério diagnóstico para recomendação de gesso deve se basear nos seguintes indicadores:

Região Sudeste:

Ca ≤ 4 mmolc dm-3 ou 0,4 cmolc dm-3 (Raij et al., 1996; Ribeiro et al., 1999)

Al ≥ 5 mmolc dm-3 ou 0,5 cmolc dm-3 (Ribeiro et al., 1999)

Saturação por Al (m) ≥ 30% (Ribeiro et al., 1999)

Saturação por Al (m) ≥ 40% (Raij et al., 1996)

Região Centro Oeste

Ca ≤ 5 mmolc dm-3 ou  0,5 cmolc dm-3 (Sousa & Lobato, 2002)

Saturação por Al (m) ≥ 20% (Sousa & Lobato, 2002)

Se pelo menos um destes indicadores acima ocorrer na análise de solo, recomenda-se a gessagem do solo!

Existem diferentes métodos de recomendação de gesso no Brasil, conforme estudos regionais feitos por instituições de pesquisas: 

Regiões Sudeste e Centro Oeste 

Para culturas anuais: 

 N.G. (kg/ha) = 50 x % argila (Sousa & Lobato, 2002)

Para culturas perenes: 

 N.G. (kg/ha) = 60 a 75 x % argila (Raij et al., 1996)

Para cana-de-açúcar:

N.G. (t/ha) = (V2-V1) x CTC/500 (Vitti & Mazza, 2008)

*V2 = Saturação de bases desejada na camada de 25-50 cm = 50%

**V1 = Saturação de bases atual na análise de solo da camada de 25-50 cm

***CTC = Capacidade de troca de cátions potencial do solo em mmolc dm-3

Região Sul

Método da Elevação da Saturação por cálcio na CTC efetiva do solo

NG (t/ha) = (0,6 x CTCe – teor de Ca em cmolc dm-3) x 6,4 (Caires & Guimarães, 2018)

*CTCe – Capacidade de troca de cátions efetiva do solo = Ca + Mg + K + Al na camada de 20-40 cm em cmolc dm-3

*Teor de Ca na camada de 20-40 cm em cmolc dm-3

(N.G. = necessidade de gessagem)

Onde eu posso adquirir gesso agrícola?

A Mosaic Fertilizantes, com a missão de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa e apoiar o agricultor e pecuarista na sua jornada produtiva em busca de altas produtividades, apresenta a sua própria produção de gesso agrícola nas unidades de Uberaba-MG e Cajati-SP.

No ano de 2022 o gesso agrícola produzido pela Mosaic na unidade de Uberaba-MG, obteve a certificação pelo Instituto Biodinâmico (IBD) como insumo aprovado para uso em sistemas de produção orgânica no Brasil. 

Com este passo, a Mosaic e seus distribuidores poderão ofertar o produto a clientes no universo de orgânicos, no qual os produtores usam apenas matérias-primas certificadas.

Fale com um de nossos especialistas agora mesmo, invista na construção do perfil do seu solo e obtenha melhores produtividades em sua lavoura e pastagens!

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Gustavo Dalto – Gerente de culturas Mosaic Fertilizantes

José Vitor Pizol – Zootecnista e analista de marketing digital Mosaic Fertilizantes

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