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Panorama da produção de biodíesel no Brasil

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Os produtos da transformação de óleos vegetais em ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos são geralmente chamados de biodiesel. Ele, por sua vez, é uma alternativa aos combustíveis derivado do petróleo. Fabricado a partir de fontes renováveis (óleo de soja, gordura animal, óleo de algodão) ele tem a vantagem de ser um combustível que emite menos poluentes em relação ao diesel.

A produção de biodiesel aumentou nos últimos anos em função dos benefícios associados a este combustível, tais como uso de fontes renováveis, diversidade de matéria prima, menor toxicidade e biodegradabilidade.

Há diferentes espécies de oleaginosas no Brasil que podem ser usadas para produzir o biodiesel. Entre elas estão a mamona, dendê, canola, girassol, amendoim, soja, algodão e a macaúba. 

Neste artigo você vai descobrir mais sobre o potencial da produção agrícola brasileira na fabricação deste recurso e conhecer algumas das fontes vegetais mais utilizadas.

Cenário atual brasileiro na produção de biodiesel

O Brasil cada vez mais consolida a sua indústria de biodiesel, destacando-se como um dos cinco maiores produtores e consumidores de biocombustíveis do mundo. Neste sentido, o governo federal criou o Programa Brasileiro de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB),

Assim, o programa visa aumentar a segurança energética do país e apoiar e destacar agricultores familiares e pequenos produtores rurais das regiões mais pobres do país na cadeia produtiva do biodiesel. Além disso, o programa contribui diretamente para a economia brasileira e a melhoria das condições ambientais.

O gráfico abaixo mostra as principais matérias primas utilizadas na produção do biodiesel no Brasil no mês de fevereiro de 2014 segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).

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Qual o potencial do Brasil na produção de biocombustíveis?

O nosso país tem grandes vantagens geográficas e agronômicas, situado em uma região tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias anuais. Além de toda diversidade ao longo do seu território, contamos a disponibilidade hídrica e regularidade de chuvas em várias regiões, fazendo com que o país seja reconhecido como o maior potencial para produção de biodiesel.

Ademais, um fator importante a ser destacado é que o Brasil explora menos de um terço de sua área considerada agricultável, o que eleva ainda mais o potencial de expansão da sua fronteira agrícola.

Muitas das áreas não ocupadas referem-se à terras de pastagem, que podem ser convertidas em exploração agrícola e até mesmo destinada a produção de óleo, como o caso da Macaúba. O Programa Biodiesel, sobretudo, reforça à utilização apenas de terras inadequadas para o plantio de gêneros alimentícios.

Capacidade instalada de produção de biodiesel

A capacidade instalada para a produção de biodiesel vem crescendo no Brasil juntamente com a demanda por óleo. Além disso, se concentra em regiões como centro oeste e o sul brasileiro, regiões mais próximas da produção de soja.

A maioria das usinas presentes nestas regiões já possuem o Selo Social do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, que é um atestado de qualidade. 

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Em fevereiro de 2014 havia 57 unidades aptas a operar comercialmente, com uma capacidade média instalada de 133 mil m3/ano (368 m3/dia). O número de unidades detentoras do Selo Combustível Social nesta época era 45 usinas, de acordo com a APROBIO.

Soja: a principal fonte vegetal para a produção de biodiesel

A soja se destaca como maior fonte vegetal para este fim. Segundo pesquisas, 80% dos cerca de 50 milhões de litros de biodiesel produzidos em 2007 pelas usinas brasileiras utilizaram o óleo de soja como matéria-prima principal. Os 20% restantes correspondem à gordura animal (15%) e a outras oleaginosas, que apesar do enorme potencial, respondem por apenas 5%. 

Algumas das causas que garantem o destaque da soja são:

  • Ela tem uma cadeia produtiva bem estruturada em todo seu setor de produção: antes, durante e depois da colheita até chegar ao consumidor final;
  • No campo de produção, a soja conta com tecnologias bem definidas e modernas;
  • Existe uma rede de pesquisa que assegura pronta solução de qualquer novo problema que possa aparecer na cultura em relação a patologias e resistências;
  • É um cultivo tradicional e adaptado para produzir com igual eficiência em todo o território nacional;
  • Oferece rápido retorno do investimento: ciclo de 4 a 5 meses;
  • É um dos produtos mais fáceis de vender, porque são poucos os produtores mundiais (EUA, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai), pouquíssimos os exportadores (EUA, Brasil, Argentina e Paraguai), mas muitíssimos os compradores (todos os países), resultando em garantia de comercialização a preços sempre compensadores;
  • A soja pode ser armazenada por longos períodos, aguardando a melhor oportunidade para comercialização;
  • O biodiesel feito com óleo de soja não apresenta qualquer restrição para consumo em climas quentes ou frios. Apesar disso, sua instabilidade oxidativa e seu alto índice de iodo inibam sua comercialização na Europa;
  • É um dos óleos mais baratos. Assim, ele só é mais caro do que o óleo de algodão e da gordura animal;
  • Seu óleo pode ser utilizado tanto para o consumo humano, quanto para produzir biodiesel ou para usos na indústria química;
  • A soja produz o farelo protéico mais utilizado na formulação de rações para animais produtores de carne: responde por 69% e 94% do farelo consumido em nível mundial e em nível nacional, respectivamente.

Além disso, vale destacar que a soja é uma commodity que precisa ser cultivada por grandes produtores. Em outras palavras, não é uma alternativa viável para pequenos produtores, sendo estes bastante comuns em nosso país.

Apesar disso, a soja é sem dúvidas uma cultura de destaque, que recentemente completou 100 anos no Brasil e faz a diferença não só no campo dos biocombustíveis, mas também em outros. Para saber mais sobre o potencial e a importância dela no país, convidamos você a assistir ao episódio especial de nosso podcast:

Culturas alternativas na produção do biodíesel: dendê, mamona e macaúba

Apesar da soja ser a principal cultura utilizada na produção do biodiesel, o PNPB também contempla outras alternativas, que contém suas vantagens e desvantagens, exploradas abaixo.

Dendê e Mamona

Partindo da premissa que a mamona e o dendê têm em promover a inclusão social pelo seu uso intensivo de mão de obra e o desenvolvimento regional, por serem culturas cultivadas nas regiões norte e nordeste, o governo federal as selecionou como uma das principais culturas do PNPB.

Assim, do seu fruto se obtém dois tipos de óleo de alto valor agregado, já que estas palmáceas poderem chegar a produção de 5000 litros de óleo por hectare. Porém, diferente da soja, há alguns desafios a serem enfrentados para a utilização do dendê e da mamona no cenário brasileiro de produção de biodiesel. Dentre eles estão:

  • O alto custo de implantação da lavoura;
  • Longo prazo de investimento (de 4 a 6 anos);
  • A usina precisa estar próxima da produção, pois a matéria-prima bruta tem pouco valor agregado, gerando custos elevados de transporte para percorrer longas distâncias;
  • O processamento deve ser efetuado logo após a colheita (até 48 horas). Caso contrário, o óleo se rancifica e impossibilita a produção do biodiesel;
  • O biodiesel feito com óleo de dendê solidifica no frio do sul, restringindo sua utilização a regiões de clima tropical como a amazônia;
  • O resíduo tem baixo valor comercial.

Macaúba

Já a macaúba ndo exaltada não só pelo seu potencial oleaginoso, mas também por se tratar de uma espécie nativa brasileira. É uma palmácea que habita áreas abertas e com alta incidência solar, desenvolvendo-se bem em solos férteis e corretamente adubados.

Reconhecida pela sua tolerância surpreendente ao fogo, destaca-se também pela grande quantidade produtos produzidos pelo seu fruto: óleos, farinhas, rações e etc.

Assim, as instituições responsáveis estão cada vez mais motivadas a estudar o potencial da macaúba para a produção de biodiesel. Porém, a introdução dela na produção  brasileira de biocombustíveis implica na solução dos seguintes desafios:

  • Implementação e instalação de plantios comerciais, uma vez que é explorada ainda de forma extrativista e esse sistema o processo de colheita não é considerado ideal devido ao avançado grau de deterioração do fruto que acarreta na qualidade do óleo;
  • É uma cultura em que tem um baixo desenvolvimento inicial (de 4 a 5 anos); 
  • O óleo de macaúba é prejudicado pela rápida acidificação do fruto. Assim, é necessário estabelecer uma logística para que ele seja processado logo após a colheita;
  • Existem alguns gargalos da produção como a questão da obtenção de mudas e uma boa adubação de arranque, que vem sendo aprimorada por vários estudos de universidades brasileiras;

Filosoficamente, há o desejo de transformar a macaúba em uma grande cultura, por se tratar de uma palmeira nativa. Além isso, ela também possibilitaria a produção de biodiesel por pequenos produtores.

Como os fertilizantes podem ajudar na produção de biodíesel?

Fertilizantes como os da linha Performa, da Mosaic, ajudam indiretamente na produção de biocombustíveis. Uma vez que possibilitam melhores condições para o desenvolvimento da soja e das demais culturas utilizadas para este fim, eles se mostram indispensáveis no ciclo produtivo.

Afinal, através dos produtos oferecidos nesta linha, o produtor obtem a melhor combinação de nutrientes, baseando-se sempre em uma análise aprofundada do solo e nas necessidades da sua cultura, produzindo materia-prima de alta qualidade que dará origem ao biodíesel.

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