Você sabe o que significa lavoura? Há mais de 12 mil anos, nossos antepassados iniciaram o plantio e a agricultura evolui ao longo da história, se desenvolvendo em diferentes partes do mundo.
Atualmente, o território brasileiro é conhecido pela sua grande aptidão agrícola e abrange diversos setores. Neste conteúdo, entenda o que é a lavoura, conheça os principais tipos e técnicas e veja quais as culturas predominantes de cada região do país. Boa leitura!
O que é lavoura?
Conforme o dicionário de língua portuguesa, a palavra “lavoura” tem sua origem relacionada à área onde se prepara o solo para o cultivo de plantas. A atividade agrícola começa ao criar sulcos mais profundos na terra para facilitar o plantio da semente, a irrigação adequada e assim melhorar a textura e a estrutura do solo e evitar o encharcamento causado pelas chuvas.
No passado, os agricultores utilizavam arados de madeira que eram puxados por animais para lavrar o solo. Com o passar do tempo, surgiram os arados mecânicos e tratores, que possibilitaram uma maior performance dessa atividade nas lavouras.
Entretanto, essa modernização também trouxe outras questões, como a erosão do solo causada pelos métodos utilizados. Em resumo, a lavoura se refere a uma atividade crucial para a agricultura e a produção de alimentos.
Vale lembrar que, ao usar técnicas modernas, os produtores precisam ter o cuidado necessário para preservar a saúde do solo e evitar danos ambientais.
Quais as principais lavouras no Brasil?
Instituições como o IBGE e a CONAB constituem as principais fontes de dados valiosas para o acompanhamento de informações agropecuárias no Brasil. Nesse contexto, exploramos esses dados para apresentar as principais lavouras brasileiras conforme a região. Veja!
Região Sul
As lavouras de soja estão entre as principais culturas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, impulsionadas pela crescente demanda externa e pela modernização da agricultura.
Entre as principais lavouras cultivadas na região sul estão a soja, o milho, o trigo e o arroz. Essas culturas estão sendo adaptadas para ser cada vez melhor a performance e produtividade, considerando o clima da região, que apresenta invernos frios e úmidos, e verões quentes e chuvosos.
Os produtores agrícolas da região precisam lidar com as condições climáticas variáveis como geadas, seca e excesso de chuva que podem afetar a produção.
Porém, com tecnologias avançadas e estratégias de manejo adequadas, os agricultores conseguem contornar esses desafios e manter uma produção constante e de qualidade.
Região Sudeste
A região sudeste é uma das mais importantes em termos de produção agrícola, com destaque para as lavouras de café, cana-de-açúcar e laranja.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar do país, com uma produção de mais de 360 milhões de toneladas em 2020. Além disso, o estado também é o maior produtor de laranja, com mais de 10 milhões de toneladas em 2021.
Já em Minas Gerais, a lavoura de café se destaca, com uma produção de cerca de 25 milhões de sacas em 2020, segundo dados da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. O estado também se sobressai como produtor de feijão, milho e soja.
Já o clima da região é bastante variado, incluindo desde áreas tropicais até subtropicais e temperadas. A região apresenta uma estação seca e outra chuvosa.
Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste do Brasil é onde a mecanização agrícola mais tem se expandido. Esse processo é resultado da Revolução Verde, que trouxe novas sementes e técnicas para aumentar a produtividade agrícola, permitindo o cultivo dos solos do Cerrado, caracterizado por sua elevada acidez.
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal fazem parte dessa região líder na produção de grãos, onde as lavouras de soja, milho e arroz se destacam. Em particular, o Magro Grosso é o maior produtor local e o 3º maior produtor mundial de soja, impulsionando exportações para China e Estados Unidos.
Regiões Norte e Nordeste
As regiões Norte e Nordeste do Brasil são o novo centro de crescimento do agronegócio brasileiro. As regiões de Matopiba, Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia se destacam por suas atividades agrárias extensivas e a busca constante por inovações tecnológicas.
Dentre as principais lavouras da região, a soja se sobressai por sua expansão acelerada, além do extrativismo vegetal que existe em algumas áreas. Em Rondônia, por exemplo, a lavoura de milho, soja e o gado abastece o território nacional.
Com um clima predominantemente tropical, a região apresenta desafios e peculiaridades que exigem adaptação e conhecimento técnico dos produtores.
No entanto, a grande disponibilidade de terras e recursos naturais, aliados às políticas de incentivo governamentais, atraem cada vez mais investimentos e impulsionam o desenvolvimento da região.
Já o Nordeste brasileiro se trata de uma região com clima semiárido, com precipitação irregular e baixa umidade, trazendo grandes desafios para a atividade agrícola. Apesar disso, a região apresenta grande potencial de produção em algumas lavouras.
Por exemplo, a produção de frutas, como o melão, a manga e a uva, apresentam grande importância econômica para a região. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, a Bahia é o maior produtor de manga do país.
Já a exportação de melão deve ultrapassar as 400 mil toneladas, com o Rio Grande do Norte liderando a produção. Além das frutas, a lavoura de algodão é outro destaque, com uma produção que ultrapassa 500 mil toneladas, de acordo com a CONAB.
Lavouras de algodão no Nordeste
O Nordeste brasileiro é responsável por 25% da produção nacional de algodão, contribuindo para o Brasil ser o quarto maior produtor mundial, atrás da China, Índia e EUA. A maioria da produção nacional de algodão, cerca de 70%, está concentrada na região Centro-Oeste. O algodão nordestino, também conhecido como colorido, tem uma cor naturalmente mais escura e é mais valorizado no mercado global.
Embora a produção de algodão no Nordeste seja menor que em outras regiões, é importante para a economia local, gerando empregos e renda nas áreas rurais. Além disso, a produção é conduzida por pequenos produtores familiares com práticas agrícolas sustentáveis, o que a torna socialmente e ambientalmente benéfica.
Os principais tipos de lavoura
Agora que entendemos o que é lavoura e conhecemos as principais lavouras brasileiras conforme as regiões do país, confira as diferenças entre os tipos e técnicas de plantações existentes.
Lavoura tradicional
Na lavoura tradicional, os produtores usam o maquinário para preparar o solo antes do plantio. Essa prática envolve o corte e a revirada do solo, a fim de melhorar a sua estrutura, a disponibilidade de água e nutrientes para as plantas e reduzir a incidência de pragas.
Porém, essa técnica também tem suas desvantagens. Ao revolver o solo, ocorre uma rápida redução na cobertura vegetal, aumentando os riscos de erosão.
Além disso, este método envolve mais de uma operação de corte e revirada da terra, o que pode aumentar os custos e o tempo necessário para o preparo do solo.
Lavoura com cultivo mínimo
Essa técnica agrícola consiste em um trabalho prévio ao plantio com o mínimo de revolvimento do solo, preservando a sua estrutura natural. Ao contrário da lavoura tradicional, este modelo é caracterizado pela menor interferência no preparo do solo
Neste caso, a aeração ocorre de maneira mais lenta e gradual, mas ainda assim eficiente e com o suporte de microrganismos para acelerar os processos de mineralização de nutrientes. Desta forma, este método reduz o risco de erosão do solo por conta da manutenção de uma cobertura vegetal mais significativa em superfície.
Plantio direto
No plantio direto, os produtores usam a palhada como proteção para o solo, evitando a erosão e reduzindo a perda de nutrientes. Deste modo, essa técnica mantém a umidade e a temperatura ideais, contribuindo para as plantas crescerem de forma saudável e produtiva.
Contudo, para ser realmente lucrativo, é necessário conhecer bem o solo, as plantas e as condições climáticas da região. Com a implementação correta, o plantio direto pode trazer inúmeros benefícios para o produtor e para o meio ambiente.
Agricultura de precisão
A agricultura de precisão revolucionou a forma como agricultores monitoram suas lavouras. Com tecnologias avançadas, é possível coletar dados georreferenciados e automatizar os processos, permitindo uma tomada de decisão mais precisa.
Embora tenha chegado ao país na década de 90 através do uso de máquinas agrícolas como receptores GNSS, hoje este tipo de agricultura se expandiu com o uso de drones, sensores remotos, software de análise de dados e outras ferramentas.
Sendo assim, os agricultores conseguem ter uma visão mais ampla da sua lavoura e identificam com mais facilidade os pontos que precisam de ajustes, como áreas com menor produtividade ou com excesso de nutrientes.
Melhore sua lavoura
Com as informações apresentadas neste artigo, você entendeu o que é lavoura, conheceu as principais culturas brasileiras e compreendeu seus benefícios, bem como os desafios em seu cultivo.
Desde o início da humanidade, as técnicas agrícolas primitivas permitiram a existência de um excedente na produção, iniciando assim as primeiras trocas comerciais. Por isso, podemos perceber que, ao longo da história, a atividade rural se tornou uma das principais bases para a construção e a manutenção do mundo em que vivemos.
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