O sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), originário das regiões entre África e Ásia, é conhecido por sua resistência e versatilidade. Ele se adaptou bem ao clima brasileiro e é amplamente utilizado. Descubra a seguir os principais segredos para o seu cultivo e manejo.
Para que serve o sorgo?
Na agricultura, o sorgo é cultivado principalmente para a produção de grãos para alimentação humana e animal. Cerca de 500 milhões de pessoas que vivem em países em africanos, asiáticos e árabes em desenvolvimento têm o sorgo como sua principal fonte de calorias diárias, suprindo 70% do consumo necessário. Neste contexto, ele é essencial na preparação de pães, sopas e bebidas.
Além disso, ele é também é uma excelente fonte de biomassa, sendo utilizado na produção de bioenergia e etanol. Por outro lado, na pecuária o sorgo é usado como parte da ração animal e silagem devido ao seu alto valor nutritivo, sendo uma alternativa ao milho em regiões onde este é menos viável.
Quais são os principais tipos?
Assim, o sorgo dispõe de 5 variedades diferentes, sendo elas:
- Sorgo granífero: Com plantas de porte baixo, é adaptado à colheita mecânica, sendo o de maior importância e o 5.º cereal mais cultivado em todo o mundo;
- Sorgo sacarino: Com plantas de porte alto, é utilizado para a produção de açúcar, álcool e silagem;
- Sorgo forrageiro: É usado como complemento alimentar para a nutrição animal via pastejo, fenação e cobertura morta;
- Sorgo-vassoura: É utilizado para a produção das vassouras que usamos em casa;
- Sorgo biomassa: É destinado à produção de energia e tem poder calorífico similar ao da cana, do eucalipto e do capim-elefante.
Especificações para o cultivo de sorgo
O sorgo requer atenção a algumas especificações importantes para garantir uma boa produtividade. A escolha da época de plantio é crucial; no Brasil, a época ideal de plantio dos sorgos granífero, sacarino e biomassa é entre outubro e março. Já para o sorgo forrageiro, a época recomendada é de outubro a janeiro.
Além disso, o espaçamento ideal entre as linhas de plantio pode variar entre 40 e 90 centímetros, conforme a região. Para finalizar as especificações, a densidade recomendada é de 15 a 18 sementes por metro linear.
Por que e como os produtores têm plantado sorgo na safrinha?
A safrinha, ou segunda safra, é uma prática comsum no Brasil, onde os produtores aproveitam o período após a colheita da safra principal para plantar uma segunda cultura. O sorgo tem se destacado como uma excelente opção para a safrinha devido à sua resistência ao estresse hídrico e à sua capacidade de se desenvolver bem em condições adversas.
Os produtores têm optado pelo sorgo na safrinha por várias razões. Primeiro, esta é uma cultura de ciclo curto (de 90 a 120 dias), o que permite que ele se desenvolva e seja colhido antes do início da estação seca. Além disso, é menos exigente em termos de água e nutrientes em comparação com outras culturas. Assim, o sorgo é uma opção viável em regiões onde a disponibilidade de água é limitada.
Por fim, o sorgo também pode ser usado na rotação de culturas, uma prática agrícola sustentável que ajuda a melhorar a saúde do solo e a reduzir a incidência de pragas e doenças presentes em culturas como o milho e a soja.
Principais deficiências nutricionais no cultivo de sorgo
As deficiências nutricionais no cultivo de sorgo podem afetar significativamente o desenvolvimento e a produtividade das plantas. Entre as principais deficiências, destacam-se as de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre.
A falta de nitrogênio (N) se manifesta pelo amarelecimento das folhas mais velhas e pelo crescimento reduzido das plantas. O nitrogênio é essencial para a formação de proteínas e clorofila, sendo crucial para o crescimento vegetativo. Sem uma quantidade adequada desse nutriente, as plantas de sorgo apresentam um desenvolvimento atrofiado e uma menor produção de grãos.
Por outro lado, a carência de fósforo (P) resulta em plantas com crescimento atrofiado e coloração arroxeada nas folhas mais velhas. O fósforo é importante para o desenvolvimento das raízes e a formação de grãos. Quando há falta desse nutriente, as plantas de sorgo têm dificuldade em desenvolver um sistema radicular robusto, o que compromete a absorção de água e nutrientes do solo.
A insuficiência de potássio (K) causa margens das folhas queimadas e necrose nas pontas das folhas. O potássio é vital para a regulação osmótica e a resistência das plantas a doenças. Plantas de sorgo com deficiência de potássio são mais suscetíveis a estresses ambientais e a ataques de pragas e doenças, além de apresentarem uma menor qualidade dos grãos.
A ausência de cálcio (Ca) pode levar ao desenvolvimento anormal das raízes e à morte das pontas de crescimento. O cálcio é importante para a integridade das paredes celulares e a divisão celular. Sem cálcio suficiente, as plantas de sorgo apresentam um crescimento irregular e uma menor resistência a estresses físicos e biológicos.
Além disso, a deficiência de magnésio (Mg) é caracterizada pelo amarelecimento entre as nervuras das folhas mais velhas. O magnésio é um componente central da molécula de clorofila e é essencial para a fotossíntese. Plantas de sorgo com falta de magnésio têm uma capacidade reduzida de realizar a fotossíntese, o que afeta diretamente a produção de energia e o crescimento das plantas.
A carência de enxofre (S) resulta em amarelecimento uniforme das folhas mais jovens. O enxofre é necessário na sintetização dos aminoácidos e proteínas. Sem enxofre suficiente, as plantas de sorgo apresentam um crescimento reduzido e uma menor produção de biomassa.
Como combater as deficiências nutricionais do sorgo?
Para evitar essas deficiências nutricionais, é essencial realizar uma análise de solo antes do plantio e aplicar os fertilizantes de acordo com as necessidades específicas da cultura. A calagem e a gessagem também são práticas recomendadas para corrigir a acidez do solo e melhorar a disponibilidade de nutrientes. Com um manejo adequado da fertilidade do solo, é possível garantir o desenvolvimento saudável das plantas de sorgo e obter uma boa produtividade.
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