Unidades de mandioca em cima de uma mesa.

Desvende os segredos do plantio de mandioca

Unidades de mandioca em cima de uma mesa.

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Unidades de mandioca em cima de uma mesa.

Confira o guia completo para o plantio de mandioca.

Conhecida no Brasil por diversos nomes, como mandioca, macaxeira, aipim, maniva e castelinha, essa planta é cientificamente denominada Manihot esculenta Crantz. Ela desempenha um papel fundamental na agropecuária brasileira, sendo uma das culturas mais importantes. O cultivo e a colheita da mandioca requerem cuidados específicos para garantir maiores rendimentos.

De acordo com a Embrapa, a mandioca é proveniente da América do Sul e representa o segundo alimento rico em energia (superado somente pelo arroz) para 1 bilhão de indivíduos, especialmente em nações em desenvolvimento.

A colheita de mandioca no Brasil em 2023, conforme o Relatório Detalhado da Produção (RDP) de dezembro/2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, prevê alcançar 18,96 milhões de toneladas obtidas em uma extensão total de 1,24 milhões de hectares.

Que tal ampliarmos um pouco mais nosso entendimento sobre o cultivo da mandioca?

Versatilidade da mandioca

O plantio de mandioca está disseminado por todo o território brasileiro e faz parte da realidade social dos agricultores do país, especialmente daqueles com menor investimento em tecnologia avançada.

Na economia agrícola brasileira, a mandioca é um dos principais meio de sobrevivência da população rural, não apenas por ser uma planta versátil em relação aos variados ambientes naturais, mas também devido às suas diversas aplicações.

Além da relevância econômica, a mandioca apresenta aspectos culturais, uma vez que se desenvolve paralelamente à população brasileira. É plantada tanto em cultivos comerciais, quanto em pequenas extensões de terra.

É uma cultura que assegura a safra (baixo risco de perda) e é resistente à acidez do solo (propriedade dos solos do Cerrado), além de proporcionar utilização completa, ou seja, todas as partes da planta podem ser aproveitadas.

As raízes, são usadas para alimentação humana, enquanto as hastes e folhas são usadas como ração de alta proteína para animais, e também têm ampla e diversificada aplicação na indústria: farinha, amido (polvilho ou fécula), pães, biscoitos, bolos, álcool, glicose, cerveja, entre outros.

As variedades de mandioca podem ser doces ou próprias para consumo “in natura”. Comumente são utilizadas frescas para consumo humano e animal. Já as variedades amargas ou mandiocas bravas são geralmente empregadas na indústria.

Qual é a melhor época para o plantio de mandioca?

A época de plantio de mandioca apropriada é crucial para a produção da planta, especialmente devido à associação com a presença de umidade no solo, essencial para a rebrotação das manivas (folhas da planta da mandioca) e o enraizamento.

A escassez de umidade nos primeiros meses após o plantio resulta em perdas na rebrota e na produção, ao passo que o excesso, em solos com pouca drenagem, propicia a decomposição das raízes.

A seleção da época de plantio apropriada também pode reduzir a incidência de pragas e doenças, assim como a competição com plantas invasoras.

O plantio geralmente é realizado no início da estação das chuvas, quando a umidade e a temperatura se tornam fatores essenciais para o rebrotamento e o enraizamento.

É fundamental conciliar a estação de plantio com a disponibilidade de manivas, seja recém-colhidas, o que é preferível, ou armazenadas. Nas plantações comerciais de mandioca, é vital sincronizar os períodos de plantio com os ciclos das variedades cultivadas e com os momentos de colheita, a fim de assegurar um suprimento contínuo de matéria-prima para o processamento industrial.

Por causa da ampla extensão territorial do Brasil, as circunstâncias apropriadas para o cultivo de mandioca divergem entre as distintas regiões. Para a unidade dos Tabuleiros Costeiros, é recomendado o plantio da mandioca entre março e agosto.

Como preparar o solo para o plantio de mandioca?

No plantio de mandioca, o sistema de preparo convencional ainda é o mais comum. As operações são direcionadas à descompactação e aumento de poros, visando efeitos positivos na brotação das manivas e no desenvolvimento radicular e aéreo. Atualmente, também foram desenvolvidos métodos de plantio direto para a mandioca.

Ao longo de 22 safras, de 2000 a 2022, a quantidade produzida de mandioca no Brasil decresceu 25%, passando de 24 milhões de toneladas por ano para 18 milhões de toneladas por ano. Por outro lado, houve um aumento na produtividade de 14%, ou seja, de 14 para 16 toneladas por hectare. Esses números estão relacionados a diversos fatores, como oscilações de rentabilidade, mudanças no uso do solo para outras culturas e o incremento na adoção de tecnologia no cultivo da mandioca.

No âmbito de acréscimos de produtividade o preparo de solo desempenha papel importante. De forma semelhante a batata, na cultura da mandioca são direcionados esforços para qualidade física do solo. Nesse sentido, geralmente são executadas operações de aração e gradagem, na camada de 0 – 20 cm. Posteriormente, operações de sulcação serão realizadas nesta mesma camada de solo.

Essas operações promovem a redução da compactação e o aumento da porosidade do solo, aspectos essenciais para a aeração, infiltração e disponibilidade de água. Além disso, beneficiam a brotação das manivas, o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea. Portanto, têm efeitos diretos na produtividade da cultura.

Considerando o sistema convencional de preparo de solo para a mandioca, que envolve operações de aração e gradagem, um grupo de cientistas, incluindo Otsubo e outros em 2008, bem como o pesquisador Silva no mesmo ano, discutiu a viabilidade do plantio direto para a mandioca. Ambos os pesquisadores destacaram que o uso de adubos verdes antes do plantio de mandioca pode resultar em aumentos na produtividade e na matéria orgânica do solo.

Ademais, a adoção do plantio direto acarretaria redução de custos na implantação da cultura, pelo menor número de operações. Assim, o que denota ser o plantio direto uma alternativa viável para o cultivo da mandioca, principalmente em solos arenosos.

Calagem e adubação para a mandioca

A mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes e praticamente exporta tudo o que foi absorvido, devolvendo quase nada ao solo na forma de resíduos culturais.

As raízes tuberosas são enviadas para produção de farinha, fécula e outros derivados, a planta é utilizada tanto na alimentação humana quanto animal. A parte aérea (manivas e folhas) é utilizada para novos plantios e também como alimento para seres humanos e animais.

Em média, para uma produção de 25 toneladas de raízes + parte aérea de mandioca por hectare, são extraídos 146 kg de potássio (K), 123 kg de nitrogênio (N), 27 kg de fósforo (P), 20 kg de magnésio (Mg) e 46 kg de cálcio (Ca). Portanto, a ordem decrescente de absorção de nutrientes é a seguinte: K > N > Ca > P > Mg.

A correção da acidez do solo (calagem) e a aplicação de nutrientes (adubação) na cultura da mandioca devem ser necessariamente determinadas com base na análise química do solo. Essa análise deve ser realizada com pelo menos 60 dias de antecedência ao plantio, para garantir tempo suficiente para aquisição dos insumos e sua aplicação.

Apesar de sua resistência, a mandioca é uma planta que retira muitos nutrientes do solo. Além de exportar nutrientes para as raízes, a parte aérea é frequentemente usada como material propagativo (manivas) para novos plantios. Como resultado, apenas uma pequena quantidade dos nutrientes absorvidos é devolvida ao solo.

É essencial implementar um plano de manejo da fertilidade do solo no cultivo de mandioca. A mandioca é fortemente dependente de micorrizas, mas é o fósforo aplicado que apresenta a maior resposta entre os nutrientes.

Em solos arenosos, é possível dividir a aplicação em duas etapas, até 90 dias após o plantio. Quanto aos micronutrientes, o zinco merece atenção especial, especialmente quando as doses de calcário aplicadas ultrapassam 1 tonelada por hectare.

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