Adubação de sistemas: manejo do solo com trator.

Adubação de Sistemas: uma opção para solos com fertilidade construída

Adubação de sistemas: manejo do solo com trator.

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Adubação de sistemas: manejo do solo com trator.

A adubação de sistemas é uma abordagem inovadora que leva em conta a dinâmica dos nutrientes e sua interação com diversos componentes do sistema agrícola.

O alcance das altas produtividades em solos tropicais está diretamente relacionado na correção da acidez do solo, aliado as adubações corretivas e de manutenção da fertilidade química do solo.

O fornecimento adequado dos nutrientes às plantas, no momento e na quantidade necessária, é essencial para o crescimento e desenvolvimento vegetal e à entrega da produção estimada.

O modelo tradicional de adubação é amplamente utilizado na agricultura brasileira. Neste modelo de adubação, a recomendação é baseada analisando apenas o efeito isolado de um nutriente, dificilmente avaliando o seu efeito residual e as modificações que este nutriente pode causar no sistema do solo como um todo.

Com base nessas informações, vamos aprofundar nossa discussão sobre a adubação de sistemas. Continue conosco na leitura!

O que é adubação de sistema?

A adubação de sistemas se baseia na ciclagem de nutrientes entre as diferentes etapas de um sistema, ou seja, considera a dinâmica do nutriente na sucessão de cultivos de uma respectiva área.

Mas antes de instalar este modelo de adubação, é necessário que o solo tenha a fertilidade construída. Considera-se como solo de fertilidade construída aquele que possui atributos químicos (por exemplo: teores de fósforo (P), potássio (K), zinco (Zn) e bases trocáveis) em níveis altos ou mesmo muito altos (Figura 1).  

Vale ressaltar que a fertilidade construída do solo é resultado do histórico de manejo do sistema de produção, em que a correção e fertilização sucessiva elevaram os teores dos nutrientes. Além disso, aliado a utilização das práticas conservacionistas, tais como o plantio direto e uso de plantas de cobertura, conferem benefícios adicionais relacionados principalmente à presença de matéria orgânica e maior atividade microbiana do solo.

Adubação de sistemas: gráfico teor de nutriente do solo
Fonte: Adaptada de CQFS-RS/SC (2004); Gianello e Wietholter (2004).

Assim, a adubação de sistemas consegue atender todas as etapas de cultivo na mesma área, por exemplo as culturas de inverno e verão ou produção de grãos e de pastagem.

Visto que esta adubação é baseada na dinâmica dos nutrientes, principalmente no processo de decomposição dos resíduos culturais e consequentemente na reciclagem dos nutrientes. Com isso, favorece a aplicação dos fertilizantes na cultura antecessora ou em um momento pré-semeadura em um volume parcial ou na sua totalidade.

De maneira geral, esta abordagem difere das recomendações de adubação de áreas agrícolas realizadas no modelo tradicional, que considera uma adubação específica para a cultura a ser instalada.

Enquanto a adubação de sistemas pondera todas as culturas envolvidas na sucessão, sejam elas cultivos agrícolas, adubos verdes e forrageiras na dinâmica dos nutrientes. Isto é, a recomendação de adubação de sistemas é formada a partir da interpretação do sistema de produção como um todo e não apenas a interpretação de tabelas de recomendação de adubação e calagem, tornando-se assim uma recomendação muito mais dinâmica.

Adubação de sistemas e eficiência nutricional

A adubação de sistemas envolve outras práticas de manejo para obter efetividade da reciclagem dos nutrientes. A rotação ou sucessão de culturas refletem a dinâmica de antecipação da adubação antecessora.

O não revolvimento do solo, bem como a permanência de cobertura do solo são fatores essenciais para a qualidade biológica do solo, uma vez que os microrganismos estarão num ambiente adequado para promoverem a decomposição da matéria orgânica e disponibilização dos nutrientes reciclados.

Sistemas de integrados de produção agropecuários, também conhecidos como integração Lavoura-Pecuária, integração Lavoura-Pecuária-Floresta, são tipos de sistemas que intensificam o uso da área e que têm a capacidade de promover a fertilidade do solo a partir da adubação de sistemas, desde que esta adubação contemple todos os componentes do sistema envolvido.

Estes sistemas de produção possibilitam maior eficiência na ciclagem dos nutrientes, devido a presença do componente animal em pastejo.

Outros aspectos devem ser levados em consideração para a implantação da adubação de sistemas. Envolve a qualidade da palhada presente na superfície do solo, a demanda nutricional das plantas implantadas; os níveis de exportação de nutrientes pelas culturas, teores dos nutrientes presentes no solo.

Além disso, deve-se considerar as possíveis perdas de nutrientes por lixiviação ou volatilização. Por exemplo, em solos com textura arenosa, os nutrientes, principalmente o nitrogênio e potássio, recomenda-se serem aplicados para a cultura específica.

Após o conhecimento destes aspectos, são determinadas as épocas das adubações, as fontes dos fertilizantes, as dosagens e os métodos de aplicação os níveis de adubação e de exportação da cultura anterior e a demanda da próxima cultura.

Adubação estratégica e diversidade de culturas

Pensando na estratégia da adubação de sistemas, aplicações de maiores volumes de fertilizantes ocorrerá nas culturas mais responsivas e utilizar a adubação residual para as culturas menos responsivas.

Desta forma, culturas responsivas tais como milho, feijão, algodão e tomate, podem receber maiores doses de nutrientes, acima da sua demanda nutricional. Já, culturas menos responsivas, como a soja, são cultivadas apenas com uma adubação de arranque e com o residual da cultura anterior.

Diante do cenário agrícola brasileiro, há maior predominância da sucessão de soja safra e milho safrinha sob plantio direto. Neste caso, a cultura do milho pode receber doses acima da sua demanda nutricional, visto que é altamente responsiva à adubação.

Enquanto a soja é semeada com uma adubação de arranque e utiliza da adubação residual e da matéria orgânica deixada pelo milho como complemento da sua demanda de nutrientes.

Importante pontuar que é necessário aumentar a diversidade de espécies agrícolas na área, ou seja, buscar substituir a sucessão das culturas soja e milho por rotação de outras culturas. Com isso, a utilização de plantas com diferentes sistemas radiculares promove:

  • Melhoria na reciclagem de nutrientes;
  • Maior aproveitamento do perfil do solo;
  • Menores perdas por lixiviação;
  • Além do aporte de matéria orgânica em profundidade.

Quais são as vantagens da adubação de sistemas?

A adubação de sistemas oferece diversas vantagens, incluindo

  • Maior rendimento operacional na semeadura da cultura de verão; 
  • Uso racional dos fertilizantes;
  • Maior eficiência no uso de nutrientes;
  • Promoção da fertilidade do solo em longo prazo.
  • Redução do impacto ambiental;
  • Aumento da produtividade.
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