Biotecnologia na agricultura: como funciona e quais os benefícios

11 mar, 2024
Déborah Fernandes
- Tempo de Leitura: 4 minutos
aplicações da biotecnologia na agricultura.

Há registros da utilização da biotecnologia desde os tempos antigos. No entanto, foi apenas no século XX que ela começou a se desenvolver como um campo científico, com avanços significativos ocorrendo nas últimas décadas. Por exemplo, a biotecnologia antiga era usada para fazer pães e cervejas usando microrganismos vivos, o que foi chamado de biotecnologia clássica.

A partir daí, a biotecnologia na agricultura emergiu na vanguarda da ciência, prometendo contribuir na produção de alimentos ao ajudar a enfrentar desafios como pragas, doenças e mudanças climáticas.

Neste texto, revelamos como essa área está pavimentando o caminho para um futuro mais produtivo e verde, essencial para a segurança alimentar global em meio ao crescimento populacional.

O que é biotecnologia?

A biotecnologia na agricultura é uma área interdisciplinar que combina biologia, química, física, engenharia e informações tecnológicas para utilizar organismos vivos (como células, bactérias, enzimas) para desenvolver produtos e processos com diversas finalidades.

Como funciona a biotecnologia na agricultura?

A biotecnologia na agricultura recorre a uma série de técnicas avançadas para o melhoramento genético de plantas. Dentre estas, a genômica, a transgenia e o uso de marcadores moleculares são particularmente notáveis.

A seguir, exploraremos como essas abordagens funcionam na prática:

  1. Genômica: envolve o estudo completo do genoma das plantas, incluindo a estrutura, função, evolução e mapeamento de genes. Ela permite aos cientistas compreender como os genes específicos controlam características importantes das plantas, como crescimento, resistência a doenças e produção de frutos ou sementes.
  2. Transgenia: refere-se à introdução de um gene estranho (transgene) no genoma de uma planta, conferindo-lhe novas características que não seriam possíveis através do melhoramento genético convencional.
    Por exemplo, a transgenia pode ser usada para desenvolver culturas que produzem seu próprio pesticida (como o milho Bt, que é resistente a certos insetos), ou que toleram herbicidas (permitindo o controle de ervas daninhas sem afetar a cultura).
  3. Marcadores Moleculares: são sequências de DNA que estão associadas a características, favoráveis, das plantas.

Por isso, são usados como ferramentas para acelerar o melhoramento genético, permitindo aos pesquisadores identificarem e selecionarem indivíduos que possuem genes desejáveis sem a necessidade de cultivar e testar fisicamente cada planta.  Isso torna o processo de melhoramento mais rápido e eficiente.

Qual a importância da biotecnologia na agricultura?

Em conjunto, as técnicas mencionadas anteriormente, transformam a agricultura, permitindo o desenvolvimento de plantas com características superiores de uma forma mais rápida e precisa, fundamentais para enfrentar desafios como a necessidade de produzir mais alimentos de forma sustentável.

Essa expansão não apenas fortalece a posição do Brasil no cenário agrícola global, mas também é essencial para assegurar a segurança alimentar mundial.

Além de impulsionar a produção agrícola, a transgenia, ao enriquecer os produtos agropecuários, com criação de culturas resistentes a diferentes herbicidas, conferir resistência a pragas e doenças nas plantas e outros, estabelece uma conexão entre o agronegócio e os setores industrial e farmacêutico, promovendo benefícios notáveis para a indústria e saúde humana, nacionalmente.

Principais benefícios do uso de biotecnologia na agricultura

Entre os principais benefícios, destacam-se:

  1. Aumento da Produtividade Agrícola: a biotecnologia permite desenvolver culturas com maior rendimento por área cultivada, graças à resistência a pragas e doenças e à tolerância a condições ambientais adversas, como seca;
  2. Melhoria na Qualidade Nutricional dos Alimentos: elas começam a produzir uma maior quantidade de compostos nutricionais relevantes para os seres humanos.
  3. Redução no Uso de Pesticidas: culturas transgênicas resistentes a pragas diminuem a necessidade de aplicação de pesticidas químicos, reduzindo os custos de produção e o impacto ambiental associado ao seu uso. Além disso, cultivares modificadas para serem mais eficientes no uso de nutrientes ajudam a minimizar a lixiviação de fertilizantes para corpos d’água.
  4. Sustentabilidade Ambiental: a biotecnologia contribui para práticas agrícolas mais sustentáveis, promovendo a conservação do solo, da água e da biodiversidade.  É, claro, não podemos esquecer da importância de uma adubação eficiente.
  5. Adaptação às Mudanças Climáticas: o desenvolvimento de culturas mais resistentes a estresses abióticos, como altas temperaturas e escassez de água, é essencial para manter a produtividade agrícola diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
  6. Segurança Alimentar: ao aumentar a produtividade e a resiliência das culturas agrícolas, a biotecnologia auxilia na garantia da segurança alimentar para uma população mundial em constante crescimento.
  7. Eficiência Econômica: a redução de perdas devido a pragas, doenças e condições ambientais adversas, juntamente com a diminuição na necessidade de insumos químicos, pode resultar em maior eficiência econômica para os agricultores.

Quais são as aplicações da biotecnologia na agricultura?

  • Soja resistente a herbicidas: permite o uso de herbicidas que matam as ervas daninhas sem afetar a cultura.
  • Milho Bt: produz uma proteína tóxica para certos insetos, oferecendo resistência a pragas sem necessidade de pesticidas externos.
  • Algodão Bt: semelhante ao milho Bt, confere resistência a insetos, reduzindo a dependência de tratamentos químicos.
  • Biofertilizantes: utilizam microrganismos para fixar nitrogênio do ar no solo ou solubilizar nutrientes minerais.
  • Biopesticidas: um exemplo é o Bacillus thuringiensis (Bt), usado como bioinseticida em culturas e no desenvolvimento de plantas transgênicas.
  • Vacinas Edíveis: plantas geneticamente modificadas para produzir proteínas que funcionam como vacinas. Quando consumidas, podem conferir imunidade contra doenças específicas. Embora promissoras, muitas estão ainda em estágios de pesquisa.

Biotecnologia: o ontem, o agora e o depois da agricultura

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