Segundo cereal mais produzido no Brasil, atrás apenas da soja, a cultura do milho é fundamental que sustenta a alimentação humana e animal, contribui para diversas indústrias e desempenha um papel vital na economia.
Para estimular o seu desenvolvimento e produtividade, o equilíbrio de nutrientes é crucial, com destaque para o fósforo (P), que tem grande relevância nas exigências nutricionais dessa cultura.
O fósforo desempenha um papel fundamental na cultura do milho, uma vez que o nutriente funciona como uma espécie de moeda energética. Além disso, possui propriedades essenciais para a fotossíntese, para o bom desenvolvimento das raízes e para o fortalecimento das plantas.
Neste conteúdo vamos abordar as propriedades do fósforo, como o elemento é essencial na cultura do milho e o impacto negativo de subestimar a sua importância. Veremos ainda como detectar deficiências e as soluções disponíveis para extrair, ao máximo, o potencial da safra.
Afinal, o que é o fósforo (P) e a sua importância para as plantas?
O fósforo (P) é um elemento químico que pertence à família dos não metais. Ele desempenha um papel crucial na biologia, sendo um componente essencial do DNA, RNA e ATP, que são moléculas fundamentais para o armazenamento e transferência de energia nas células.
Tratando-se da natureza, o fósforo é encontrado em minerais fosfatados e é essencial para o crescimento das plantas. Na indústria, é utilizado na produção de fertilizantes, produtos químicos e ligas metálicas.
Como a cultura do milho se beneficia do fósforo?
Por estar presente nas moléculas de ADP (adenosina difosfato) e ATP (adenosina trifosfato), o fósforo contribui diretamente na produção de energia da planta e, portanto, é fundamental para o desenvolvimento e crescimento saudável desta cultura.
Entre as principais funções, destacamos:
Fotossíntese: o fósforo é um componente essencial do ATP (adenosina trifosfato), que é a principal molécula de armazenamento e transferência de energia nas células. Durante a fotossíntese, as plantas convertem a energia solar em energia química, e o ATP é fundamental nesse processo.
Transferência de energia: processo essencial para a saúde e o desenvolvimento de todas as partes do milho. Começa com as raízes do milho absorvendo íons fosfato do solo e transportando para outras partes da planta. Nas células das folhas, o fósforo é utilizado na síntese de ATP, a molécula que armazena e transporta energia dentro das células e distribui para as raízes, caule e folhas. A transferência de energia entre todas as partes da planta é um ciclo dinâmico e interconectado.
Nesse contexto, o fósforo atua como uma peça fundamental na produção de ATP, impulsionando processos energéticos celulares e garantindo o funcionamento adequado das células e o crescimento saudável da planta.
Crescimento das raízes: o elemento é particularmente importante para o desenvolvimento saudável das raízes das plantas. Isso é vital para que as plantas possam absorver água e nutrientes do solo de maneira eficiente.
Desenvolvimento de sementes: isso afeta diretamente o rendimento da cultura de milho, pois sementes saudáveis são essenciais para a produção de uma safra abundante.
Resistência a doenças e estresse: plantas que recebem quantidades adequadas de fósforo são geralmente mais resistentes a doenças e estresses ambientais, pois ele fortalece o sistema de resistência das plantas, contribuindo com a adaptação em condições adversas.
Como saber se há deficiência de fósforo no milho?
A deficiência desse nutriente no milho pode se manifestar por meio de uma variedade de sintomas, sendo eles visíveis ou não. Entre os sinais mais comuns estão: coloração das folhas mais escura do que o normal, especificamente nas folhagens mais velhas, que podem apresentar um avermelhamento ou roxo nas bordas.
Esse sintoma é, muitas vezes, conhecido como “roxo de fósforo”, além do crescimento mais rasteiro e de um sistema radicular subdesenvolvido. A produtividade, igualmente, é bem impactada, resultando em um rendimento aquém do esperado.
Como fazer o correto diagnóstico da deficiência desse nutriente no milho?
A análise foliar, que deve ser feita no florescimento, é uma alternativa para detectar a deficiência de fósforo na safra. Caso a deficiência seja constatada no começo da safra, é possível recorrer à adubação de cobertura para suprir a falta do nutriente.
Por isso, a análise de solo é uma medida fundamental para detectar a deficiência de fósforo antes da implantação da cultura e, assim, assegurar o bom desenvolvimento e andamento da produção.
Qual a melhor fase do plantio para corrigir as deficiências de fósforo?
Atentar-se às fases iniciais de uma planta é imprescindível para o seu bom desenvolvimento e boa produtividade. Embora o fósforo seja absorvido de uma maneira relativamente constante durante todo o ciclo da planta de milho, ao contrário de outras culturas que têm picos específicos, se não houver uma boa nutrição de fósforo nas fases iniciais, o potencial produtivo da planta será comprometido.
Por não ser um nutriente móvel, como o nitrogênio (N), o qual pode ser parcelado, a quantidade de fósforo precisa ser corrigida antes ou no momento do plantio. É fundamental tratar esse tema com o máximo de atenção e se atentar ao tipo de solo destinado ao cultivo do milho.
Solos com teor muito baixo de fósforo não devem ser usados para o milho. Em áreas com teor de fósforo de baixo para médio, é necessária, obrigatoriamente, a aplicação de sulco de semeadura. Nesse caso, não é possível fazer a adubação a lanço.
Em solos com teor de fósforo de médio para alto, aplica-se o suficiente para a produção da cultura e para a fertilidade desse solo. Por isso, a análise do solo é uma medida fundamental para detectar o teor de fósforo no solo antes da implantação da cultura, além de medir a sua fixação e capacidade de ceder fósforo à planta.
É importante também fornecer a quantidade adequada durante o ciclo, evitando, assim, o desequilíbrio nutricional. Isso é geralmente alcançado por meio da aplicação de fertilizantes contendo fósforo. O manejo adequado do fósforo no solo é uma prática agrícola crucial para otimizar o crescimento e o rendimento das culturas.
Conclusão: priorize o suporte de fósforo nas culturas de milho
É importante escolher boas fontes de fósforo (P) para garantir todo o potencial da safra, visto que o nutriente é fundamental para o desenvolvimento e crescimento da cultura de milho.
E, em um cenário repleto de mudanças e fenômenos climáticos, investir nas análises do solo e das folhas, e usar fertilizantes ricos em fósforo é a melhor forma de assegurar o retorno satisfatório do investimento na safra. A mensagem clara no cultivo do milho é que a prevenção é o melhor “energético” para a cultura.
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