O milho safrinha, também conhecido como a segunda safra do milho, é uma das culturas agrícolas mais importantes do Brasil e desempenha um papel fundamental na economia do país.
Com uma evolução marcante ao longo dos anos, essa cultura tem se destacado como uma fonte importante na renda dos agricultores.
Seu cultivo estratégico, conhecido por aproveitar a janela de plantio após a colheita da soja, oferece oportunidades únicas para aumentar a produção e maximizar os rendimentos nas safras.
Neste guia, exploraremos em detalhes como obter o melhor desempenho no plantio, desde o momento ideal até as práticas que garantem uma safra de alta produtividade. Acompanhe e descubra como se preparar para uma colheita bem-sucedida e otimizada.
O que é o milho safrinha?
O milho safrinha possui uma relevância significativa no panorama agrícola brasileiro.
Cultivado após a colheita da soja, durante o outono e inverno, proporciona uma segunda oportunidade de cultivo em climas tropicais, otimizando a área cultivada e maximizando a produtividade.
Até 1990, a safra principal de milho no verão representava cerca de 95,7% da produção total da cultura, mas esse cenário se inverteu. Hoje, a safrinha corresponde a 70% do volume total, desempenhando um papel crucial tanto no abastecimento interno como nas exportações.
Projeções recentes reforçam essa importância, com a 2ª safra 2022/2023 atingindo 100 mil toneladas, comparadas às 27 mil toneladas da primeira, de acordo com a CONAB.
Esse crescimento constante coloca o milho safrinha como a principal fonte do cereal, garantindo o suprimento e se tornando um pilar fundamental da economia agrícola brasileira.
Diferenças entre safra, safrinha e terceira safra
As distintas safras criam oportunidades de cultivo ao longo do ano, permitindo uma utilização mais eficaz de recursos e um aumento na oferta alimentar. É importante destacar que pode variar bastante de estado e região do Brasil.
Vamos explorar as particularidades das safras de milho para destacar suas diferenças e benefícios.
Safra Principal (1ª Safra):
- Plantação: Início na primavera na maioria dos estados (entre setembro e dezembro).
- Colheita: Durante o verão (entre fevereiro e junho).
- Apresenta melhores condições para o desenvolvimento da cultura.
Safrinha (2ª Safra):
- Plantio: Após a colheita da soja, entre janeiro e março.
- Colheita: Ocorre entre maio e setembro.
- Avanços na genética e biotecnologia nas últimas décadas, concentrando boa parte da produção.
Terceira Safra:
- Plantio: Geralmente tem início entre abril e junho.
- Colheita: Entre agosto e novembro.
- Menos comuns, utilizadas em algumas regiões para aproveitar melhor as condições climáticas.
Época e ciclo do plantio do milho safrinha
A época de semeadura do milho safrinha é influenciada por diversos fatores, incluindo a latitude, altitude, tipo de solo e ciclo da cultivar.
Geralmente, o plantio começa em janeiro, embora em algumas regiões, devido às altas temperaturas do primeiro mês do ano, seja mais indicado iniciar em fevereiro.
Nas áreas que marcam a transição entre condições climáticas úmidas e secas, o plantio tardio do milho safrinha é preferível. Nessas regiões, as semeaduras podem se estender até meados de março, permitindo ajustar-se às condições climáticas de cada localidade.
Manejo do solo para milho safrinha
No cultivo da segunda safra, um manejo de solo apropriado é vital para atingir altos níveis de produtividade e sustentabilidade.
A intensificação das práticas agrícolas, principalmente em sucessões de culturas como o milho safrinha, pode acelerar a degradação do solo, levando a problemas como compactação, erosão e redução da produtividade e fertilidade do solo.
Nesse contexto, as decisões relacionadas ao manejo do solo para milho safrinha se tornam mais complexas, envolvendo considerações abrangentes, como culturas anteriores, épocas de plantio, condições do solo e clima.
Abordagens eficazes incluem o uso do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que se destaca como uma ferramenta crucial para determinar o momento ideal de plantio, considerando as características climáticas específicas da região.
Além disso, práticas como o Plantio Direto Permanente (PDP) ou Temporário (PDT) mostram vantagens, como a redução da erosão e evaporação da água do solo, além de antecipar a implantação do milho.
Adubação e nutrição do milho safrinha
A nutrição de safras de milho engloba a ação essencial dos macronutrientes e micronutrientes necessários para um cultivo saudável e produtivo.
A tabela abaixo apresenta um resumo da exportação e extração de nutrientes em relação à produção do milho safrinha:
Fonte: Fundação MS
No começo, usar os restos da cultura anterior e os nutrientes da adubação da soja parecia suficiente para as plantas.
Porém, com tecnologias novas e maiores exigências de produtividade, ficou claro que esses recursos não bastavam para as necessidades iniciais de crescimento das plantas de milho.
Assim, para se superar em produtividade, passou a ser essencial realizar a adubação do milho safrinha na semeadura. Como exemplo, temos o processo realizado com nitrogênio em cobertura, um dos nutrientes mais extraídos. As doses são ajustadas conforme as condições hídricas regionais e as metas de produtividade estipuladas.
Além disso, é fundamental acompanhar a análise de solo da área e suprir todos os principais nutrientes extraídos pela cultura do milho, além do nitrogênio, para evitar deficiências e também redução na produtividade
Momentos críticos no desenvolvimento do milho safrinha
Compreender os fatores que influenciam no desenvolvimento da plantação de milho da segunda safra é de extrema importância, com destaque para a temperatura, umidade e chuva. Essas variáveis desempenham papéis cruciais no progresso da produção.
O déficit hídrico pode impactar em vários estágios, como o início da floração, um momento crucial para a formação dos grãos, e o enchimento dos mesmos, levando a uma menor produção de carboidratos e reduzindo o volume de matéria seca nos grãos.
Em paralelo, temperaturas excessivamente baixas ou altas diminuem a taxa de germinação, sendo 25 °C e 30 °C a faixa ideal para o cultivo.
O clima pode ser um desafio ou uma vantagem para os agricultores. Identificar as variações nas condições meteorológicas e planejar o cultivo com base nelas é de extrema importância para alcançar os níveis desejados de rentabilidade na cultura do milho.
Controle de pragas e doenças do milho safrinha
Nas lavouras de milho, as pragas podem causar danos significativos a todos os componentes da planta.
Além disso, insetos frequentemente danificam as plântulas, reduzindo a densidade populacional da cultura. Bem como algumas pragas que atuam como vetores de patógenos responsáveis por doenças.
A seguir, listamos algumas espécies conhecidas por atacar o milho safrinha:
- Corós;
- Larva-arame;
- Larva-elasmo;
- Lagarta-do-cartucho;
- Lagarta-da-espiga;
- Percevejos.
Por isso é crucial estar ciente do calendário de ocorrência das pragas durante as fases de cultivo.
Fase de Emergência | Fase vegetativa | Fase reprodutiva | Colheita |
Corós, larva-arame, lagarta-rosca, percevejos | Corós, larva-arame, lagarta-rosca, lagarta-elasmo, percevejos, lagarta-do-trigo, lagarta-alfinete, lagarta-do-cartucho, broca-da-cana | Lagarta-do-cartucho, lagarta-da-espiga, broca-da-cana | – |
Outras dúvidas sobre o milho safrinha
Explorar o universo do milho safrinha frequentemente levanta diversas questões. Nesse sentido, abordaremos a seguir algumas das dúvidas mais comuns que podem surgir ao considerar esse tipo de cultivo.
Qual a produtividade média por hectare?
A produtividade média do milho safrinha, uma das culturas mais importantes no cenário agrícola brasileiro, tem sido objeto de análise e acompanhamento pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo dados divulgados pela Conab referentes ao ano de 2022, a produtividade média do milho safrinha atingiu aproximadamente 88 sacas por hectare.
Quais fatores impactam a rentabilidade do milho?
A rentabilidade do cultivo de milho safrinha é influenciada por diversos fatores, como os custos de produção, a tecnologia utilizada, as condições climáticas, arranjo do milho, as políticas agrícolas, o mercado de exportação, as flutuações cambiais e outras variáveis.
Gerenciar esses aspectos de maneira eficiente é fundamental para alcançar uma rentabilidade satisfatória na produção. Buscando mais rentabilidade nos cultivos agrícolas? Conheça o MicroEssentials!