Embora o problema de deficiência do potássio não seja tão acentuado no Brasil como a deficiência de fósforo, a demanda para aplicação de fertilizantes potássicos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, principalmente em áreas com aplicação de alta tecnologia, visando alcançar alta produtividade. Praticamente todo potássio consumido na agricultura brasileira é fornecido na forma de cloreto de potássio, que é um produto solúvel em água. Para maximizar a eficiência dos fertilizantes potássicos, os seguintes pontos devem ser considerados:
No trabalho de textura do solo, o tipo de argila e CTC, combinados ao teor de potássio trocável e à extração e exportação de nutrientes da cultura, juntamente com o conhecimento da fisiologia de cada cultura para determinar o estágio de desenvolvimento da planta, é requerida uma quantidade maior deste nutriente. Com base nesses fatores é que tomamos a decisão de quando e quanto aplicar.
Solos de textura médio argilosos ou arenosos, localizados em regiões com chuvas intensas e com boa precipitação pluviométrica, devem receber o potássio de forma parcelada, a fim de diminuir as perdas por lixiviação. Dependendo da cultura, podemos até interromper o fornecimento na base, mantendo o fornecimento de forma corretiva ou em cobertura, dessa forma atendendo a necessidade da cultura de acordo com a produtividade esperada. A regra prática é não ultrapassar os 60 kg de K2O por hectare no sulco de plantio. O parcelamento do Potássio aumenta a eficiência de utilização do elemento, reduz a salinidade na zona radicular e promove melhor arquitetura radicular e melhor nodulação.
Um manejo mais eficiente de plantas anuais e bianuais requer a adubação potássica corretiva, fornecendo o nutriente para solos que apresentam baixa disponibilidade do Potássio. Em solos com nível de Potássio adequado, o fornecimento deve ocorrer no sulco, abaixo e ao lado das sementes.
No caso de solos extremamente pobres, é comum a incorporação do potássio para equilibrar os nutrientes do solo e maximizar o efeito da adubação fosfatada. As doses recomendadas neste caso devem alcançar 2 a 5% da CTC em pH 7,0 saturada por potássio, sendo a distribuição do fertilizante à lanço, seguindo a incorporação com gradagem (mais ou menos 10 cm de profundidade).
Outra grande fonte de Potássio são os resíduos de culturas. Ainda que eles não atendam a necessidade de uma nova cultura implantada, ajudam a minimizar a dose a ser reposta. Diferentemente do Nitrogênio e do fósforo, a maior parte do potássio absorvido encontra-se nas folhas, talos e ramos. Esta característica do potássio tem sua importância quando o manejo adequado dos restos de culturas puder devolver grande parte do potássio utilizado pelas plantas, contribuindo para um maior equilíbrio na dinâmica deste nutriente no solo. Outro fator de grande importância para aumentar a disponibilidade de potássio presente nos restos de culturas é a quantidade de matéria orgânica presente no solo, que irá ajudar na mineralização da palhada, acelerando a conversão em nutriente novamente.
Para que o equilíbrio e o balanço de Nitrogênio / Potássio sejam válidos em todas as situações de solos, climas e culturas, a interação nitrogênio – potássio deve ter lugar de destaque. Como o potássio promove a absorção e a utilização do nitrogênio, a adubação nitrogenada somente exercerá eficiência máxima se as plantas também forem supridas de quantidades adequadas de potássio, atendendo a Lei do mínimo. Também são observadas outras características da interação Nitrogênio / Potássio:
• Efeito positivo na produtividade do milho, pois aumenta a absorção de N na presença de K;
• Redução no acamamento do milho;
• Aumento na qualidade dos grãos (proteína), porque o K está envolvido na absorção de N e transporte de carboidratos na planta.
Outra interação de nutrientes com Potássio (K), são o Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg). No entanto, esta interação exerce efeito negativo, uma vez que o aumento na absorção de Potássio diminui a absorção de Cálcio e Magnésio, reduzindo a produtividade. Esta interação negativa ocorre pela absorção preferencial do K, uma vez que é íon monovalente com menor grau de hidratação, quando comparado aos bivalentes (Ca e Mg).
Indicador de Solos de Cerrado para manejo do potássio
Mendes (1972), verificou que 53% das amostras analisadas (1.200) apresentaram teores de K-trocável abaixo de 0,1cmol.dm3 (39 ppm);
Lopes (1984), verificou que 85% das amostras (518) apresentaram teores de K disponível inferiores a 0,15 cmol.dm3 (60 ppm);
Vasconcellos (1996), verificou que 60% das amostras analisadas (12.800) apresentaram teores de K disponível inferiores a 0,18 cmol.dm3 (70 ppm);
Por Jorge Eduardo Arantes