Preparo do solo para plantio: como fazer e quais são as técnicas mais eficientes

14 jul, 2023
Agrônomo Lucas Moraes
- Tempo de Leitura: 5 minutos
Um trator verde está usando uma arado para preparar o solo para o plantio

O preparo de solo para plantio permite melhores condições para o crescimento e desenvolvimento das culturas.

Atualmente, são três métodos: convencional, cultivo mínimo e sistema plantio direto. O uso de cada método dependerá das condições do talhão, disponibilidade de implementos e tempo hábil para as operações.

O principal fator de sucesso das operações de preparo de solo é o teor de umidade no solo. Neste artigo será explorado sobre a importância do preparo do solo e muito mais. Vamos?

Qual a importância do preparo de solo?

Segundo a Conab (2023), no Brasil a agricultura ocupa 77.527.000 milhões de hectares; sendo um dos cinco maiores produtores agrícolas do mundo. A atividade agrícola caracterizada por inúmeras atividades, tem em comum entre elas, promover o aumento de produtividade e a rentabilidade ao produtor. Dessa forma, aspectos promotores da perpetuação do agronegócio e de toda cadeia que é influenciada por ele.

Dentre estas inúmeras atividades, está o preparo de solo para plantio. O preparo de solo é definido por um conjunto de operações, executadas com a finalidade de possibilitarem as melhores condições para semeadura ou plantio e, propiciar, o máximo crescimento e desenvolvimento das culturas. Além de mitigar os riscos de erosão e presença de plantas daninhas.

Estas operações quando corretamente executadas, promovem aumentos de produtividade e redução nos custos. Contudo, realizadas de modo inadequado, acarretam a degradação física, química e biológica do solo. Assim, o preparo de solo para plantio deve ser entendido como um dos principais mantenedores da produção agrícola.

Quais os sistemas de preparo de solo?

Ele pode ser dividido em três métodos: sistema convencional de preparo de solo, sistema de cultivo mínimo e sistema de semeadura direta. A principal diferença entres os métodos está no número de operações e uso de implementos, bem como, presença ou ausência de revolvimento do solo.

O sistema convencional de preparo de solo possui duas vertentes: o preparo primário e o preparo secundário. No preparo primário, o objetivo é promover a descompactação com o revolvimento do solo. Também nestas operações, podem ser incorporados restos culturais da cultura anterior, além de ser neste preparo, realizado a incorporação de calcário nas áreas agrícolas. 

No preparo primário, são executadas operações: de aração, com uso de arados, que então pretende-se romper a compactação, com revolvimento do solo, incorporando os restos culturais da cultura anterior ou de plantas daninhas; de escarificação ou subsolagem, que visa descompactar o solo, sem o revolvimento dele; e, operações de gradagem, que buscam, desagregar torrões, presentes após as operações de aração.

Geralmente, a ordem destas operações são: aração e gradagem, ou aração e escarificação. A ordem e o uso de uma ou outra operação, irá depender das condições dos talhões, declividade do terreno, disponibilidade de equipamentos e tempo hábil para as operações.

Quanto ao preparo secundário, este é realizado próximo a semeadura e tem por objetivo o nivelamento do terreno. Pretende-se com o preparo secundário, por meio de grade niveladoras, ou enxadas rotativas, promover a maior regularidade possível do terreno. Dessa maneira, consegue-se um maior rendimento e efetividade das operações posteriores com semeadoras, plantadoras ou transportadores.

Além disso, o preparo secundário é responsável por garantir o maior contato do solo com as sementes ou mudas. E, com isso, promover a adequada umidade e fornecimento de nutrientes as sementes ou mudas.

Ainda sobre o sistema de preparo convencional, é importante mencionar que durantes as operações primárias e secundárias, pode-se ser realizada a execução da implantação de terraços. Prática imprescindível para conservação de solo e água nas áreas agrícolas. Isso porque, os terraços são responsáveis por reduzir o escoamento superficial e, promover a manutenção da água das chuvas nos talhões. Também, são responsáveis por diminuir o processo de assoreamento de cursos d’agua, quando próximos as áreas cultivadas.

A respeito do sistema de cultivo mínimo, este método representa operações ausentes de revolvimento do solo. Os subsoladores ou escarificadores, são os implementos mais utilizados neste método de preparo de solo.

Já o sistema plantio direto (SDP), tem-se como o método mais efetivo para conservação do solo e água. Ele segue três premissas básicas: revolvimento mínimo do solo, cobertura permanente do solo e rotação de culturas. Segundo a Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP, 2023), este método de plantio atualmente corresponde a 77% do sistema de plantio, na cultura da soja. No Brasil, a soja ocupada 44 milhões de hectares, sendo 34 milhões, sob o sistema de plantio direto.

A expressão deste percentual relaciona-se aos aspectos que, neste sistema, não há revolvimento do solo. Mas sim, operações de semeadura direto na palhada. Portanto, isso preconiza a redução no número de implementos e operações realizadas. Logo, o que promove um efeito duplo: de redução de custos e ganhos financeiros; e, aumento da qualidade do solo, pela ausência de revolvimento, que dessa forma, tende a beneficiar a estrutura do solo, manutenção dos teores de matéria orgânica e aumento da atividade biológica.

O sistema plantio direto não está presente apenas na sojicultura, mas em outras culturas também, a citar: milho, trigo, mandioca, cana-de-açúcar e hortaliças. A execução das três premissas – revolvimento mínimo do solo, cobertura permanente do solo e rotação de culturas, é concedida em uma das partes do planejamento de implantação das culturas. Assim, permitindo seu uso.

Qual o fator decisivo para um bom preparo de solo?

Posto os três métodos de preparo de solo – convencional, cultivo mínimo e SPD, e suas características, há um aspecto comum a todos eles que definem o fator sucesso ou insucesso, independente do sistema de preparo: o teor de umidade no solo no momento da execução das operações. O teor de umidade no solo irá definir o quão efetivo foram as operações realizadas.

Para uma efetiva operação, ou seja, que ela atinja o seu nível máximo do objetivo requerido, o solo deverá estar na condição friável. Essa condição corresponde a umidade ideal de trabalho no solo. A campo ela pode ser medida de forma simples: coleta-se uma pequena porção de solo com as mãos e a comprimi. Ela ficará moldada e, quando pressionada, irá facilmente ser esboroada. Portanto, essa condição indica que o solo do talhão em questão, está apto para receber as operações agrícolas.

Outro aspecto, ponto prático é que: caso o solo esteja seco, não será possível esboroá-lo, ou seja, desfazer a porção moldada. E para “quebrá-la” será exigida uma força maior “que a compressão do dedo indicador e polegar”. Nessa condição, operações agrícolas como aração e a gradagem, irão promover, respectivamente, a formação de torrões e desagregação intensa. Além disso, pode ser exigido inúmeras operações de gradagem para atingir destorroamento regular para posterior operação de semeadura.

De outra forma, quando o solo se encontra com excesso de umidade, ao pressioná-lo para moldá-lo, irá escorrer água da porção do solo. Dessa maneira, um indicador que aponta ser inadequado o momento para operações de preparo. O solo com excesso umidade – ou termos de consistência, plástica ou pegajosa, entre os limites de plasticidade e fluidez, infere em camadas subsuperficiais compactadas, além de exigir maior tração dos implementos, pela maior aderência do solo (principalmente solos de textura argilosa) aos implementos agrícolas.

Diante disso, o diagnóstico simples, rápido e prático da umidade do solo é de suma relevância para o sucesso das operações de preparo de solo. Sua execução poderá elevar a qualidade das operações e, consequentemente, trazer benefícios à cultura de interesse.

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Solo marrom com uma mão feminina segurando uma pequena porção do solo

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