O seu boletim de mercado de dezembro acabou de sair!
Do meio de novembro até essa primeira quinzena de dezembro, o agronegócio foi marcado pelo avanço e quase finalização do plantio da soja brasileira, com pouco mais de 90% da soja 23/24 plantada em todo o Brasil.
No Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul, o plantio já acabou, mas ainda temos algumas regiões atrasadas, como o Rio Grande do Sul e o MAPITO, uma vez que são as regiões que mais têm sofrido com as condições climáticas.
El Niño e a Safra Brasileira: Desafios e Expectativas para 2023/24
O clima, aliás, segue sendo a grande bandeira amarela do momento e o principal fator de risco para os próximos meses. Como já era previsto em um ano de El Niño, a região norte/nordeste e centro-oeste sofre com chuvas abaixo das médias históricas e a região sul sofre com o excesso de chuvas.
Nas últimas semanas, o clima chegou a contribuir positivamente com a safra de soja, apesar de irregulares e espaçadas, as chuvas vieram e amenizaram a situação em diversas regiões. Em grande parte da Região Centro-Oeste, o retorno das chuvas durante a segunda quinzena do mês contribuiu para a elevação dos níveis de umidade no solo, favorecendo a retomada do plantio e desenvolvimento dos cultivos da safra de verão.
Alguns modelos climáticos sugerem que as chuvas irregulares devem continuar acontecendo nas próximas semanas, principalmente no centro-oeste. Mesmo assim, o risco de que a produtividade da soja seja impactada continua existindo.
Os replantios ocorreram em todas as regiões produtoras, devido a excesso ou falta de umidade suficiente para um bom estabelecimento das lavouras, o que pode ocasionar em uma maior dificuldade em relação à janela de plantio da safrinha, que deve ser afetada quando o plantio começar a partir do ano que vem.
Diante desse cenário, a CONAB revisou novamente suas expectativas para a próxima safra 23/24. De acordo com a companhia, a soja deverá ter área plantada superior em 2,8% ao da última safra, e uma produção estimada 3,6% superior à da safra 2022/23, recorde absoluto de produção até então, ainda que a companhia tenha feito uma revisão de volume de 1,4% ao último levantamento.
Quanto ao milho, houve redução de 9,2% na área total a ser cultivada, caindo a estimativa em relação ao mês passado. A produção também deve sofrer uma queda de 7,5% em relação ao último ciclo. A boa notícia fica então para as outras culturas, como o algodão, o arroz e o feijão, é esperado um crescimento de 4,9%, 5,3% e 3,4%, respectivamente, nas áreas a serem semeadas.
Nesse período, o preço das commodities seguiu pressionado pela larga oferta de grãos mundial. Porém, apresentando momentos de alta com o mercado reagindo às preocupações em relação à safra brasileira. Na última semana, o último relatório do USDA de oferta e demanda contribuiu inclusive para esse cenário, ao apontar um cenário mais conservador para a produção de soja brasileira, seguindo os passos da CONAB.
A variação cambial não tem sido um fator tão relevante nas últimas semanas, uma vez que a taxa segue estável, próxima aos R$ 5,00.
Qual o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes?
Apesar dessas variações nos preços dos grãos, se olharmos para o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de novembro, ele fechou em 0,95, uma queda de 8% em comparação ao mês anterior (1,02). Considerando que quanto menor o IPCF, melhor é a relação de troca, o patamar desse mês segue favorável para o agricultor investir em fertilizantes.
Nas próximas semanas, o mercado segue atento ao clima no Brasil e aos possíveis impactos da falta e excesso de chuva na produtividade da soja e no calendário de plantio da safrinha. Completando o cenário, as incertezas geopolíticas seguem ocupando lugar de destaque nas preocupações do mercado. Ainda que continue sendo difícil mensurar o impacto dos conflitos no agronegócio, o mercado segue atento à situação de Israel e da Ucrânia.
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