Você sabia que há milênios fazemos plantação de algodão?
Os primeiros indícios de utilização da fibra do algodão (Gossypium sp.) pelo homem, datam de mais de 4.000 anos, no sul da Arábia e Peru. Na Inglaterra, a primeira fiação foi inaugurada em 1641, marcando o início da indústria de processamento da fibra de algodão.
Desde então, a cotonicultura se tornou uma atividade mundialmente relevante, tanto do ponto de vista econômico, como social.
Originário de regiões áridas e atualmente presente em vários países, o algodão é tolerante à seca, podendo ser cultivado em regiões onde outras culturas teriam as produtividades comprometidas por escassez hídrica.
Neste artigo vamos falar mais sobre o cultivo do algodoeiro. Boa leitura!
Panorama de produção brasileiro
Segundo dados da ABRAPA (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), na safra 20/21 no Brasil, foram semeados 1,36 milhões de hectares, com uma produção de 1,32 milhões de toneladas de pluma e produtividade média de 1.708 kg/ha de pluma, ou 114 @/ha (1 arroba = 15kg).
Em números gerais, o rendimento em pluma fica em torno de 40% do peso de produção de algodão em caroço (semente + pluma), ou seja, para uma colheita de 240 @/ha de pluma, é necessário uma produção de 400 @/ha algodão em caroço.
A partir da planta do algodoeiro, é possível produzir biomassa para nutrição animal através de caules, folhas, maçãs e capulhos. O caroço (semente) possui óleo e proteína, que podem ser utilizados em diferentes produtos industriais. Já a fibra, principal produto do algodoeiro, pode ter mais de 400 aplicações.
Onde o algodão é produzido?
No período recente, a cotonicultura tem passado por fortes transformações, seja na tecnologia empregada no processo produtivo, e até na geografia mundial e nacional de produção.
No Brasil, o polo produtivo migrou da região Nordeste e Sudeste, para o Centro-Oeste. Como resultado, os estados de Mato Grosso (Figura 2), Bahia e Goiás se tornaram os maiores produtores do país.
Qual a época de plantar algodão?
Nos estados de MT, BA e GO, o algodão é majoritariamente cultivado após a colheita da soja, que ocorre em meados de janeiro.
Como é feita a plantação de algodão?
A planta do algodão requer um ciclo de cultivo de aproximadamente 180 dias e de 700 a 900mm de água bem distribuídos. Em cultivares de uso comercial, 40 a 70 dias após a semeadura inicia-se o florescimento (período reprodutivo), que se encerra com a maturação dos frutos (capulhos).
O algodoeiro é uma planta originalmente arbustiva e de ciclo perene. Mas para uma otimização produtiva, é comercialmente cultivada como cultura de ciclo anual e de baixa estatura (em torno de 1,5m de altura final).
Para que essa mudança seja possível, muito se desenvolveu com o melhoramento genético, mas ainda assim, o manejo da estrutura da planta é dependente de intervenções com nutrição e moléculas reguladoras de crescimento.
Por se tratar de uma planta de ciclo perene, mesmo após o início da formação das flores, a planta continua a desenvolver concomitantemente estruturas vegetativas, como novos galhos, raízes e folhas. Isso seguirá os estádios em que a planta estará ao mesmo tempo, desenvolvendo estruturas vegetativas, flores, frutos e maturando frutos.
Esta grande quantidade de estruturas dreno, que demandam fotoassimilados e nutrientes minerais, estão sujeitos a serem abortados, caso estes compostos não estejam disponíveis e equilibrados. Para isso, é imprescindível que a planta esteja fisiologicamente ativa e bem nutrida ao longo de todo seu ciclo.
Apenas alterando o espaçamento entre linhas, com a mesma semeadora da soja, é feito a semeadura do algodão, depositando as sementes em um sulco com ou sem fertilizantes, já que estes podem também ser aplicados em superfície em outra operação.
O espaçamento entre linhas e o número de sementes a serem depositadas por metro poderá variar conforme condições genéticas do cultivar utilizado, bem como condições de solo e clima local.
Quanto tempo leva para a colheita do algodão?
A colheita do algodão ocorre de 140 a 180 dias após a germinação. Após a formação dos botões florais, estes irão se abrir em flores que depois de fecundadas, adquirem uma coloração avermelhada e evoluem para a formação da maçã (fruto), que irá se desenvolver até a formação do capulho, que se abre expondo a pluma (Figura 3).
Como os primeiros botões florais se formam nas partes mais baixas da planta, quando houver 4 nós acima do último capulho aberto e maduro, é aplicado o maturador (Figura 4), para que seja acelerado a abertura de todos os capulhos, bem como a aplicação do desfolhante, para que as folhas caiam da planta, evitando contaminação da pluma durante a colheita, que pode comprometer a qualidade da fibra.
A colheita do algodão é totalmente mecanizada e exige colhedora específica, não possibilitando a adaptação dos equipamentos utilizados em soja e milho, como ocorre com a semeadura e pulverizações.
Após colhido, a fibra será levada em rolos ou fardos às algodoeiras. Estas por sua vez, são indústrias que irão processar o algodão, realizando a separação da pluma do caroço, que serão levados para processos de fiação e esmagamento dos caroços para produção de óleo e torta (bagaço proteico).
Melhor solo para plantação de algodão
O sistema radicular do algodão é muito sensível à compactação.
Para descompactar o solo é preciso utilizar um subsolador para quebrar as camadas de compactação abaixo da superfície. É possível aproveitar essa operação para realizar a aplicação da primeira dose de calcário e gesso.
Quando realizamos essas práticas, preparamos o solo para receber a cultura do algodão da melhor forma. Independente da cultura instalada anteriormente, esse manejo é indispensável quando se identifica sub camadas compactadas.
Quais as pragas e doenças que acometem o algodoeiro?
Dentre as principais pragas e doenças que acometem essa cultura, estão o Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) que ataca as maçãs e capulhos, comprometendo diretamente a produção, e a Mancha de Ramulária (Ramularia aureola), que causa a perda de área fotossintética, o que traz grandes prejuízos à produção.
Por não ser de uso direto na alimentação humana, o algodão é uma cultura pioneira em engenharia genética aplicada à resistência ao ataque de lagartas e diferentes moléculas herbicidas.
Nutrição do algodoeiro
Em relação à nutrição, o algodoeiro é uma planta considerada exigente e responsiva à adubação.
Na Tabela 1, são apresentadas as quantidades de nutrientes absorvidos (extração) e removidos da área pela colheita (exportação). É possível notar a demanda destacada por nitrogênio (N), potássio (K), enxofre (S), magnésio (Mg) e boro (B).
Adubações da ordem de 150 kg/ha de N e K, 100 kg/ha de P(P2O5), 30 kg/ha de S e Mg e 2 kg/ha de B são rotineiramente utilizadas como adubação de manutenção do algodão no estado do Mato Grosso.
O fornecimento destes nutrientes através de fertilizantes de alta tecnologia garantem maior absorção e menores perdas ao longo de todo o ciclo da cultura, e por isso devem ser priorizados.
Um fertilizante do mercado que atende a toda essa exigência nutricional do algodão é o Aspire, da Mosaic Fertilizantes.
Aspire é uma tecnologia exclusiva da Mosaic, que contém potássio e duas fontes de boro em um mesmo grânulo: boro de liberação imediata – nutriente prontamente disponível para a planta e boro de liberação gradual – disponibilizado durante todo o ciclo da cultura. O resultado? Muito mais produtividade e rentabilidade!
Entre em contato conosco e conheça a melhor solução de nutrição para a sua plantação de algodão!
Alan Ataíde – Especialista em Desenvolvimento de Mercado Mosaic Fertilizantes.