O estresse abiótico é um dos principais fatores de redução de produtividade nas lavouras.
É fato que as plantas necessitam além de insumos, como fertilizantes, de sol e água para se desenvolverem. Porém, assim como qualquer ser vivo, o que vem em excesso ou falta pode ser prejudicial.
As mudanças climáticas estão afetando diretamente a dinâmica das produções, com uma frequência maior de altas temperaturas e baixo volume de chuvas. E neste artigo vamos explorar estratégias de manejo para essas condições. Aproveite a leitura!
O que é estresse abiótico?
Estresse pode ser definido como qualquer alteração nas funções fisiológicas causada por agentes externos e que tem potencial para causar danos à planta, impedindo o alcance de seu potencial genético. O estresse abiótico é causado devido interferência de agentes não vivos, como a seca e alterações de temperaturas.
É caracterizado seca quando a lavoura passa um período significativo com ausência de precipitações. Isso faz com que as raízes não tenham acesso à água, causando um déficit entre a taxa de perda e de absorção de água. O resultado é o estresse hídrico.
Cada planta possui uma temperatura mínima e máxima para seu desenvolvimento. Quando são expostas às condições fora da sua faixa ideal, é gerado o estresse por temperatura, que pode gerar danos por resfriamento e congelamento ou por excesso de calor.
Como a microbiologia pode ajudar na redução do impacto do estresse abiótico nas plantas e no solo?
Estudos mostram que a variedade biológica no solo gira em torno de 109 células microbianas por grama de solo. A interação dos microrganismos com as raízes pode resultar em maior disponibilidade de nutrientes, pois eles são capazes de solubilizar fósforo, fixar nitrogênio, entre outros processos.
Através dessas interações, a microbiota do solo é capaz de reduzir os efeitos do estresse abiótico que a planta esteja passando. Um dos mecanismos utilizados pela fauna do solo é a produção de fitohormônios, permitindo maior desenvolvimento da raiz e consequentemente maior volume de solo explorado.
Outro mecanismo de ação é a produção dos exopolissacarídeos (EPS) pelas bactérias. Os EPS formam na superfície da raiz uma camada protetora capaz de promover um maior potencial hídrico quando há baixa disponibilidade de água.
Como o uso de produtos biológicos podem promover o crescimento e a saúde das plantas?
Os produtos biológicos têm tido cada vez mais aceitação entre os produtores brasileiros, pois, além de uma produção mais sustentável, os bioinsumos podem promover o aumento da biodiversidade de microrganismos no solo e na planta.
Alguns produtos biológicos não possuem organismos vivos em sua formulação e são compostos por metabólitos ou fitohormônios. Esses componentes agem diretamente nos processos fisiológicos das plantas podendo resultar no alívio dos impactos causados por estresse abiótico, maior produção de raízes, regulador de crescimento, entre outras funções.
Também é possível contar com os produtos biológicos no combate de pragas e doenças. O controle biológico consiste em reduzir o ataque de pragas agrícolas e transmissores de doenças através agentes biológicos como insetos benéficos e microrganismos.
Estratégias e práticas agrícolas para aumentar a resistência das plantas
Uma planta mais saudável será mais resistente ao estresse abiótico e então sofrerá menos com os efeitos dessas condições ambientais.
Segue algumas práticas utilizadas no dia a dia:
- Uso de cultivares tolerantes às condições climáticas extremas;
- Sistema de plantio direto;
- Manejo biológico do solo (com o uso de produtos biológicos);
- Uso de fontes de nutrientes com liberação gradual de nutrientes, para que o período de nutrição da planta seja durante em todo ciclo da cultura.
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Engenheira Agrônoma formada pela ESALQ – USP com MBA em Agronegócio também pela ESALQ – USP.
Possui experiência em marketing e produtos biológicos. Atualmente responsável pela área de comunicação da Mosaic Fertilizantes com foco em campanhas publicitárias.