Fertilizantes fosfatados são quaisquer substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de fósforo para as plantas. O fosfato é um ânion composto por fósforo (P) e oxigênio (O) e pode ser encontrado em rochas fosfáticas, solo, água e organismos vivos.
As rochas que cotém fósforo em sua constituição podem ser de origem ígnea (lava vulcânica), metamórfica (com origem em movimentações tectônicas) ou sedimentar (deposição de sedimentos de origem orgânica) e são utilizadas como principal fonte de fósforo para a agricultura.
Naturalmente os solos de regiões tropicais a exemplo do Brasil, tendem a ser pobres em fósforo, devido aos materiais de origem serem naturalmente pobres no elemento e devido ao intemperismo, que leva a redução da disponibilidade do nutriente para as plantas.
Na Figura 01 a seguir, é evidenciado a baixa disponibilidade natural de fósforo nos solos brasileiros, com pequenas exceções principalmente nas regiões sul e sudeste. Uma vez que a disponibilidade natural deste elemento essencial e demandado em grande quantidade pelas culturas é baixa, se faz necessária sua adição por meio de fertilizantes fosfatados, almejando atender a demanda nutricional das culturas.
Figura 01 – Distribuição espacial do teor de P total nativo nos solos brasileiros.
Como adubar a lavoura com fertilizantes fosfatados?
A adubação com fertilizantes fosfatados pode ser realizada de diferentes formas e doses, a depender de cada situação. De forma geral, a implantação de sistemas de produção agrícola no Brasil exigem a prática da fosfatagem, que tem como objetivo elevar os níveis de fósforo do solo a níveis adequados para a prática agrícola, já que são naturalmente pobres deste nutriente. Assim, as principais etapas para a aplicação de adubo fosfatado incluem:
- Análise do solo: Antes da aplicação de quaisquer fertilizantes, uma análise do solo deve ser realizada para determinar os níveis de fósforo já presentes no solo e identificar as necessidades específicas da cultura a ser implantada;
- Escolha do fertilizante fosfatado: Com base na análise do solo, o agricultor deve escolher o adubo fosfatado que se adequa às suas necessidades. O fosfato monoamônio (MAP), por exemplo, é indicado para solos que já possuem níveis moderados de fósforo e enxofre, enquanto o superfosfato simples (SSP) pode ser utilizado incorpordo a solos com deficiência severa;
- Aplicação: A aplicação do adubo pode ser feita de diferentes formas:
Incorporação ao solo: O adubo é misturado ao solo antes do plantio, o que ajuda a garantir que as raízes das plantas entrem em contato com os nutrientes;
Aplicação em linha: Durante o plantio, o fertilizante é aplicado em sulcos ao lado e abaixo das sementes, permitindo que as raízes o absorvam mais facilmente;
Monitoramento e ajustes: Após a aplicação, é importante monitorar o desenvolvimento das plantas e os níveis de fósforo nos tecidos vegetais, fazendo ajustes conforme necessário para garantir que as necessidades nutricionais da cultura sejam atendidas.
Quais são as funções do fósforo nas plantas?
O fósforo é um elemento essencial para as plantas e dentre suas funções no metabolismo vegetal, podemos destacar:
- Formação de DNA e RNA: O fósforo é um componente chave das moléculas de DNA e RNA, que são essenciais para a reprodução celular e o crescimento das plantas.
- Desempenho energético: O fósforo está presente em moléculas como ATP (trifosfato de adenosina), que armazenam e transportam energia nas células. Isso é fundamental para a fotossíntese e a respiração celular;
- Desenvolvimento das raízes: A presença de fósforo no solo estimula o crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular das plantas, o que é crucial para a absorção de água e nutrientes;
- Maturação e frutificação: O fósforo é fundamental para a maturação das plantas e o desenvolvimento das flores e frutos. Sua presença nas fases de desenvolvimento reprodutivo é crucial para otimizar a produtividade;
- Resistência a Doenças: Plantas bem nutridas com fósforo tendem a ser mais resistentes a doenças e estresses ambientais, como seca e salinidade.
Sintomas da deficiência de fósforo nas plantas
Já a deficiência do nutriente pode resultar em uma série de sintomas visíveis nas plantas, que incluem:
- Crescimento reduzido: Plantas com deficiência de fósforo muitas vezes apresentam um crescimento mais lento e menor vigor em comparação às bem nutridas;
- Amarelecimento/arroxeamento das folhas: Uma das características mais comuns da deficiência de fósforo é o amarelecimento das folhas, especialmente nas folhas mais velhas;
- Folhas escuras e pequenas: As folhas podem apresentar uma coloração verde-escura, mas tendem a ser menores do que o normal;
- Necrose nas folhas: Em casos mais severos, as folhas podem desenvolver manchas necróticas, levando a um declínio geral da saúde da planta;
- Alterações no desenvolvimento das raízes: O crescimento das raízes é frequentemente comprometido, resultando em um sistema radicular raso e fraco;
- Floração precoce: Algumas plantas podem ter seu ciclo fisiológico reduzido devido a deficiência de P.
Figura 02 – Diferença no tamanho das folhas de soja com mesma idade fisiológica e posição na planta, sem deficiência (à esquerda) e com deficiência de fósforo (à direita).
Fonte: Claudinei Kappes.
Assim, no fósforo se destaca por ser um elemento de baixíssima mobilidade. Seu contato com o sistema radicular se dá principalmente por difusão (pequenas distâncias) e sua movimentação anual natural dificilmente ultrapassa poucos centímetros. As maiores perdas de fósforo nos sistemas de produção brasileiros se dão por escorrimento superficial, principalmente em áreas declivosas e fixação, fenômeno caracterizado pela ligação do fósforo a íos como Fe e Al através de ligações covalentes, que impedem sua absorção do elemento pelas plantas.
Figura 03 – À esquerda sem adubação com P e à direita, plantas adubadas com P.
Fonte: Djalma Martinhão
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