A agricultura regenerativa é muito mais do que uma simples prática agrícola. Ela abrange técnicas e princípios que têm como objetivo reabilitar e conservar os sistemas agrícolas e alimentares, com foco na regeneração do solo, aumento da biodiversidade, melhoria do ciclo da água e fortalecimento do solo.
No Brasil, essa abordagem tem se destacado, tornando o país uma referência mundial na implementação dessas técnicas. Confira mais detalhes sobre este assunto. Boa leitura!
Entenda o que é agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa é um sistema de práticas agrícolas que se concentra em regenerar e revitalizar os recursos naturais, como o solo, a água e a biodiversidade, ao mesmo tempo em que produz alimentos de forma sustentável.
Em vez de apenas manter ou mitigar danos, como na agricultura convencional, a agricultura regenerativa busca melhorar ativamente a saúde do sistema agrícola produtivo ao longo do tempo. Embora o termo tenha se difundido há pouco tempo, ele foi criado pelo americano Robert Rodale em 1983.
Essa abordagem geralmente inclui técnicas como o plantio direto e/ou mínimo, para preservar a estrutura do solo, o uso de cobertura vegetal (palhada) para proteger o solo e aumentar sua fertilidade, a rotação de culturas para reduzir a erosão e melhorar a saúde do solo, a integração de animais para diversificar e enriquecer os sistemas agrícolas (integração lavoura-pecuária), e o uso de práticas agroflorestais (integração lavoura-pecuária-floresta) para promover a biodiversidade e a resiliência do ecossistema.
Ao priorizar a saúde do solo e os ecossistemas, a agricultura regenerativa tem o potencial de aumentar a produtividade a longo prazo, otimizar o uso de insumos, mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar.
Há muitas dúvidas e confusões sobre o conceito de agricultura regenerativa, que comumente é confundida com agricultura orgânica.
Abaixo uma tabela que mostra as principais diferenças entre os principais tipos de agricultura praticados. Vale ressaltar que assim como a agricultura orgânica, onde existem certificadoras que atestam que o produto ou fazenda, se enquadra dentro dos conceitos, do mesmo modo na agricultura regenerativa também existem órgãos internacionais que fazem esse trabalho.
Características entre os diversos tipos de agricultura
Quais são as principais práticas da agricultura regenerativa?
As práticas de agricultura regenerativa são diversas e podem variar dependendo do contexto específico de cada local e das condições ambientais. No entanto, algumas práticas comuns incluem:
Plantio Direto: Reduzir ou eliminar o revolvimento do solo ajuda a preservar sua estrutura e a vida microbiana benéfica.
Cobertura Vegetal (Palhada): Plantar culturas de cobertura como leguminosas, gramíneas e outras plantas entre safras principais que ajudem a proteger o solo da erosão, aumentar a matéria orgânica e fornecer habitat para organismos do solo.
Rotação de Culturas: Alternar diferentes culturas na mesma área ao longo do tempo que ajudem a diversificar a microbiota do solo, reduzir a pressão de pragas e doenças e melhorar a saúde do solo.
Integração Lavoura-Pecuária: Integrar animais na agricultura, como pastejo rotativo ou sistemas agroflorestais, que ajudam a aumentar a fertilidade do solo, controlar plantas daninhas e pragas, e aumentar a diversidade do sistema agrícola.
Otimização do uso de insumos: Requer que a utilização dos insumos externos utilizados como fertilizantes e defensivos agrícolas, seja aplicado de forma efetiva, seguindo a recomendação técnica estabelecida com base nos critérios específicos da propriedade, como análise de solo e extração de nutrientes para o uso de fertilizantes, e o manejo integrado de pragas (MIP) para o uso de defensivos.
O uso de insumos de maior nível tecnológico também é desejável, como por exemplo, fertilizantes que reduzam as perdas para o ambiente, reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem a produtividade.
Bioinsumos: o uso de produtos biológicos possibilita a regeneração do sistema agrícola, ao mesmo tempo em que contribuem para o aumento da produtividade.
Devido ao uso extensivo do solo e sobrecarga de inputs de insumos, para que a vida do solo possa se reestabelecer, além da adoção do conjunto de práticas já citadas, a adição de microrganismos através dos produtos biológicos, sejam eles para proteção de cultivos ou melhora do solo, pode ser necessário, a fim de que o sistema atinja novamente o equilíbrio.
Quais são as vantagens da agricultura regenerativa?
A agricultura regenerativa oferece uma série de vantagens em comparação com os sistemas agrícolas convencionais. Aqui estão algumas das principais vantagens:
Melhoria da Saúde do Solo: Ao focar na saúde do solo, a agricultura regenerativa promove o aumento da matéria orgânica, a biodiversidade microbiana e a estrutura do solo, resultando em solos mais férteis e resilientes.
Resiliência Climática: Práticas como a cobertura vegetal, a rotação de culturas e o plantio de árvores ajudam a capturar carbono da atmosfera, mitigando as mudanças climáticas. Além disso, solos saudáveis têm maior capacidade de reter água, tornando as culturas mais resilientes à seca e às inundações.
Redução da Erosão e Conservação da Água: A cobertura vegetal e a conservação do solo ajudam a reduzir a erosão, conservando a água e protegendo os recursos hídricos locais.
Promoção da Biodiversidade: Ao integrar árvores, arbustos e culturas agrícolas em sistemas agroflorestais e ao criar habitats naturais para animais selvagens, a agricultura regenerativa promove a biodiversidade e ajuda a proteger espécies ameaçadas.
Resiliência Econômica: Sistemas agrícolas regenerativos têm o potencial de serem mais resilientes a eventos climáticos extremos e flutuações de mercado, ajudando os agricultores a manter a estabilidade econômica a longo prazo.
Essas são apenas algumas das vantagens da agricultura regenerativa. Ela representa uma abordagem holística e sustentável para a produção de alimentos, que promove a saúde dos sistemas agrícolas e a resiliência dos produtores rurais.
Desafios e Oportunidades
A agricultura regenerativa oferece muitas oportunidades, mas também enfrenta desafios significativos. Alguns dos principais desafios e oportunidades associados a essa abordagem são:
Desafios:
Mudança de Mentalidade: A transição para a agricultura regenerativa requer uma mudança fundamental na mentalidade dos agricultores, pesquisadores, consumidores e formuladores de políticas, o que pode ser difícil de alcançar em algumas comunidades.
Conhecimento e Educação: Muitos agricultores podem não estar familiarizados com as práticas da agricultura regenerativa ou podem precisar de acesso a recursos e treinamento para implementá-las efetivamente.
Investimentos Financeiros: A transição para práticas regenerativas muitas vezes exige investimentos iniciais significativos em infraestrutura, tecnologia e conhecimento, o que pode ser um obstáculo para muitos agricultores, especialmente pequenos produtores.
Riscos de Mercado: A transição para a agricultura regenerativa pode envolver riscos de mercado, como a falta de demanda a preços atrativos por produtos agrícolas regenerativos.
Oportunidades:
Sustentabilidade Ambiental: A agricultura regenerativa oferece uma abordagem sustentável para a produção de alimentos, que pode ajudar a proteger os recursos naturais, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e promover a biodiversidade.
Resiliência Climática: Ao aumentar a saúde do solo e a capacidade de retenção de água, a agricultura regenerativa pode tornar os sistemas agrícolas mais resilientes às mudanças climáticas, incluindo secas e inundações.
Melhoria da Saúde do Solo e da Água: Práticas como a cobertura vegetal e a rotação de culturas ajudam a melhorar a saúde do solo, reduzir a erosão e conservar a água, promovendo a sustentabilidade a longo prazo.
Resiliência Econômica e Social: Sistemas agrícolas regenerativos podem ser mais resilientes a choques econômicos e ambientais, proporcionando estabilidade econômica para os agricultores.
Embora a agricultura regenerativa enfrente desafios significativos, as oportunidades que ela oferece para a sustentabilidade ambiental, a resiliência climática e o bem-estar humano são vastas e podem ajudar a moldar o futuro da agricultura.
Impacto na Sustentabilidade
A agricultura regenerativa representa uma abordagem transformadora para a produção de alimentos, com impactos significativos na sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Ao adotar práticas que priorizam a saúde do solo, como a cobertura vegetal e a rotação de culturas, ela promove a regeneração dos sistemas agrícolas. Isso resulta em solos mais férteis e resilientes, capazes de reter água e nutrientes de forma mais eficiente, reduzindo assim a erosão e a contaminação dos recursos hídricos.
Além disso, a agricultura regenerativa promove a biodiversidade ao integrar o uso de bioinsumos, diferentes espécies de plantas (rotação), podendo haver integração (sistemas lavoura-pecuária-floresta), criando habitats mais naturais e próximo ao que ocorre na natureza.
Em termos de resiliência climática, essa abordagem ajuda na captura de carbono, na redução das emissões de gases de efeito estufa, mitigando assim os efeitos das mudanças climáticas.
Economicamente, a agricultura regenerativa pode aumentar a resiliência dos produtores, fornecendo estabilidade econômica a longo prazo e promovendo o acesso a alimentos nutritivos e saudáveis. No geral, a agricultura regenerativa desempenha um papel crucial na promoção da sustentabilidade global, fornecendo uma maneira de produzir alimentos que beneficia tanto o meio ambiente quanto os produtores.
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