Como ter sustentabilidade na agricultura: 7 dicas

9 fev, 2023
Agrônomo Leandro C. Gonzaga
- Tempo de Leitura: 9 minutos
sustentabilidade na agricultura

A sustentabilidade na agricultura é hoje um tema muito importante quando pensamos em aumentar a produção de alimentos para alimentar uma população em grande expansão, além de melhorar a segurança alimentar e garantir também um ecossistema saudável para as plantas crescerem e se desenvolverem.

Na agricultura, muitas práticas podem ser feitas pelos agricultores para termos um sistema de produção sustentável. Se você quer saber mais sobre o assunto e conhecer essas práticas para garantir maior sustentabilidade para sua produção, esse artigo é para você! Boa leitura.

O que é uma agricultura sustentável?

Antes de mais nada, é necessário explicar o que significa ser sustentável. A sustentabilidade em qualquer setor ou área, é ter uma atividade que seja viável economicamente, gere/promova benefícios sociais e esteja conciliada com a preservação do meio ambiente. No caso da sustentabilidade na agricultura, são práticas de manejo que trazem retorno econômico para o produtor, geram desenvolvimento social e estão associadas à conservação ambiental.

Qual a importância da sustentabilidade na agricultura?

Sustentabilidade agrícola é fundamental para que possamos manter o produtor rural em sua atividade produtiva a longo prazo, conciliando produtividade/lucratividade com conservação ambiental e desenvolvimento social.

Como a agricultura pode ser sustentável?

O Brasil, de modo geral, é um exemplo em sustentabilidade na agricultura. Estima-se que existam cerca de 33 milhões de hectares cultivados no sistema de plantio direto, o que corresponde a metade da área de cultivo de grãos no país (FEBRAPDP, 2022). Existem outros 17 milhões com sistema de integração lavoura pecuária, ou lavoura pecuária floresta (Rede ILPF, 2022), e ainda uma área que corresponde a 25% do território nacional com vegetação nativa mantidas dentro das propriedades rurais através das reservas legais (Embrapa, 2022).

Mas existem ainda outras práticas de manejo que auxiliam o produtor rural a atingir maior sustentabilidade, conciliando altas produtividades com preservação ambiental.distribuição de uso de terra no Brasil em relação a sustentabilidade na agricultura

Plantio direto

Plantio direto é uma prática que consiste em não revolver o solo (aragem, gradagem) e a manutenção da palhada após a colheita. Essa prática gera diversos benefícios, como maior acúmulo de matéria orgânica, sequestro de carbono, melhoria física, química e biológica do solo, redução nas perdas de insumos por arraste, menor suscetibilidade a processos erosivos, ciclagem de nutrientes, drenagem d’água, dentre outros.

Embora o plantio direto seja uma prática desenvolvida e predominante do cultivo de grãos, outros sistemas produtivos têm adotado sistemas similares, como é o caso do cultivo mínimo em culturas perenes, como cana-de-açúcar, café, citrus e florestais. O cultivo mínimo consiste no revolvimento e preparo do solo somente no local de plantio, ao invés de se fazer o revolvimento em área total.

Plantas de cobertura

São plantas cultivadas com o objetivo de produzir biomassa, que irá se converter em palhada, mantendo o solo coberto. Dentre as plantas normalmente utilizadas para essa finalidade temos a braquiária, crotalária, milheto, sorgo, aveia, centeio, azevém e outras. As plantas de cobertura estão normalmente associadas ao sistema de plantio direto, ou seja, utiliza-se essas ou outras espécies para produzir biomassa e proteger o solo, posteriormente entra-se com a dessecação/tombamento das plantas e plantio da cultura agrícola (soja/milho). Além dos benefícios citados pelo plantio direto, algumas plantas de cobertura oferecem ainda a fixação de nitrogênio, combate aos nematóides e redução das plantas daninhas.

Sistemas integrados (ILP, ILPF)

Integração Lavoura Pecuária (ILP) e/ou Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) refere-se à utilização de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, podendo ser feito de forma consorciada, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Este sistema otimiza o uso da terra, diminui a pressão pela abertura de novas áreas, aumenta a produtividade/lucratividade por hectare, melhora o bem-estar animal e diversifica a produção, gerando mais renda e empregos. Além disso, a ILP/ILPF contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa e aumenta o sequestro de carbono da atmosfera, ou seja, maior sustentabilidade na agricultura.

Análise e correção de solos

Análise e correção de solos são práticas primordiais para evitar a degradação do solo, base para qualquer sistema produtivo agrícola e consequentemente a sustentabilidade. No passado, após a abertura de uma área, fazia-se o cultivo sem que houvesse a correção ou reposição de nutrientes até que a área se tornasse improdutiva, então se migrava para uma nova área e assim sucessivamente. A perda do potencial produtivo ocorria pelo esgotamento de nutrientes e aumento da acidez do solo que prejudicava o desenvolvimento radicular. Com o fomento das pesquisas, desenvolvimento de métodos para correção e adubação de solo e acesso a insumos, têm se atualmente uma realidade completamente diferente, havendo áreas com três cultivos agrícolas em uma mesma safra. Portanto, fazer a análise de solo periodicamente a fim de identificar as deficiências nutricionais, presença de alumínio tóxico e acidez do solo, e posteriormente realizar a correção de solo com calcário e gesso agrícola, contribui para manter a sustentabilidade agrícola.

Manejo 4Cs

A correta aplicação de fertilizantes é necessária a sustentabilidade na agricultura. Lembrando que as culturas agrícolas dependem dos nutrientes para completar seu ciclo e atingir boas produtividades. Portanto, é indispensável o uso de fertilizantes para a sustentabilidade. O que se deve aprimorar é como os fertilizantes são utilizados, a fim de que, forneçam os nutrientes necessários as plantas, mitigando os impactos ambientais. O manejo 4Cs é uma prática desenvolvida nos anos 80 e fomentada pela IFA (International Fertilizer Association) e o IPNI (International Plant Nutrition Institute) que tem como base quatro pilares:

  • Fonte Correta: adequar fonte de fertilizante às necessidades da cultura;
  • Dose Correta: adequar doses a ser aplicada às necessidades da cultura;
  • Época Correta: tornar os nutrientes aplicados disponíveis quando as culturas necessitam;
  • Local Correto: aplicar e manter os nutrientes em local que facilite o acesso e absorção pelas culturas.
infográfico que demonstra práticas agrícolas com foco em sustentabilidade na agricultura
Imagem 2 – Infográfico que demonstra práticas agrícolas com foco em sustentabilidade na agricultura.

Manejo integrado de pragas (MIP)

O manejo integrado de pragas é uma técnica que permite o uso racional de defensivos agrícolas. Consiste no monitoramento intensivo da área de cultivos por meios de técnicos treinados, que irão reportar a ausência ou presença de determinada praga/doença, para que então seja adotado a melhor estratégia de controle químico.

Aplicação de insumos a taxa variada

A agricultura de precisão tem possibilitados a otimização do uso de insumos, como corretivos, fertilizantes e defensivos agrícolas. A aplicação a taxa variada incide no uso de tecnologias que identificam a necessidade ou não da aplicação de determinado insumo em pequenas áreas, saindo da recomendação macro (hectare, talhões, glebas) e passando ao manejo por microáreas (metro quadrado). Como retorno, evita-se o uso desnecessário de insumos, contribuindo para o aumento da sustentabilidade.

Quais são os benefícios da sustentabilidade na agricultura?

A agricultura sustentável gera benefícios não somente para o produtor rural, mas também para a sociedade, o país e o planeta.

Produtor rural: é cada vez mais comum no Brasil que os filhos de produtores rurais queriam manter ou assumir a atividade agrícola, diferentemente do que acontecia no passado. Esse fenômeno se dá por alguns motivos como: o avanço da tecnologia no dia a dia rural, a geração de renda e a oferta de trabalho. Estudo recente mostra que a média de idade do produtor brasileiro é de 46 anos, número que vem diminuindo a cada nova pesquisa. Comparativamente a idade média do produtor norte americano é de 58 anos e na Europa acima de 60 (Forbes, 2022). Manter o produtor rural e sua família na atividade por longo prazo é das premissas básicas da sustentabilidade.

País: o agronegócio nacional corresponde por 27% do PIB brasileiro, ou aproximadamente R$2 trilhões no ano de 2021. Estima-se que o setor empregue cerca de 19 milhões de pessoas, havendo crescido 4,6% somente no último ano (CNA, 2022). Isso tudo mantendo mais de 66% do território nacional preservado com vegetação nativa, sendo o 3º pais com a maior área preservada (OurWorldInData, 2022). O Brasil ocupa ainda a 3ª posição no ranking de matriz energética limpa do mundo, com cerca de 80% de energia renovável (EnerData, 2022), boa parte produzida pelo etanol de cana-de-açúcar e milho, e de resíduos do setor florestal, produtos esses do agronegócio.

Planeta: o mundo tem grandes desafios pelos próximos anos. A FAO estima que em 2050 haverá cerca de 10 bilhões de pessoas no planeta, já havendo atingido a marca de 8 bilhões em 2022, com isso será necessário incremento de 40% na produção de alimentos, além de energia e fibras (FAO, 2022). Manter o aquecimento global em 1,5 ºC até 2100, para isso será necessário reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e mitigar as emissões. Todos os setores da economia são responsáveis pela emissão de GEE. No Brasil temos destaque para a agricultura, mas também esse é o único setor capaz de sequestrar carbono da atmosfera, mitigando suas emissões e a de outros setores.

Sequestro de carbono pelo solo

Primeiramente, temos que lembrar que todos os gases de efeito estufa (CO2, CH4, N2O e demais) para fins de quantificação são convertidos em dióxido de carbono equivalente (CO2eq). As plantas utilizam CO2 atmosférico na fotossíntese, convertendo-o juntamente com água e nutrientes em biomassa, posteriormente com a decomposição das raízes e parte área, há o armazenamento no solo na forma de carbono. É dessa maneira que ocorre o sequestro de carbono.

Dentre os sistemas terrestres, o solo é o maior reservatório de carbono do planeta, possuindo 3x que a atmosfera (Minasny, 2017). Esse fato é tão relevante que há uma iniciativa global chamada “4 per mille” (4 por mil, da sigla em inglês) que almeja o incremento de 0,4% do carbono no solo mundial por ano como estratégia para compensar toda a emissão de gases do planeta (4p1000 Iniciative, 2022). Nesse contexto, os solos brasileiros são majoritariamente pobres em carbono, possibilitando que haja ainda um grande acúmulo, consequentemente reduzindo o aquecimento global. Por esse motivo, o governo federal aposta no solo e na agricultura como fundamentais para o cumprimento das contribuições nacional determinada (NDC, sigla em inglês) estabelecidas pelo Acordo de Paris, de reduzir em 43% as emissões de GEE até 2030 e atingir a neutralidade até 2060, através do fomento de sistemas integrados (ILP/ILPF), recuperação de pastagens e sistemas de manejo conservacionistas, práticas essas que aumentam o sequestro de carbono (Brasil, 2021).

Quais são os três grandes pilares da sustentabilidade na agricultura?

Esses três grandes pilares estão relacionados à uma agricultura:

– Economicamente viável;

– Ambientalmente correta;

– Socialmente responsável.representação esquemática dos três grandes pilares da sustentabilidade na agricultura

O papel da Mosaic Fertilizantes em promover sustentabilidade na agricultura

A Mosaic Fertilizantes, uma das maiores produtoras globais de fosfatos e potássio combinados tem uma importante agenda em sua jornada de sustentabilidade. É signatária do Pacto Global das Nações Unidas, que contempla as ações e investimentos em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

Com o objetivo de minimizar o impacto das operações no meio ambiente, buscando ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa em equilíbrio com a preservação dos ecossistemas que nos cercam, a Mosaic Fertilizantes atuou por meio de diversos programas no suporte técnico aos produtores rurais na adoção de práticas que possam reduzir as emissões de GEE, além de promover a conservação da água e da biodiversidade.

Como exemplo, podem ser citados:

  1. Bifequali Transferência de Tecnologia: em parceria com a Embrapa, que contribui na redução de pastagens degradadas e intensificação da pecuária;
  2. Integra-Zebu: desenvolvido em parceria com Associação Brasileira dos Criaodres de Zebu (ABCZ), que orienta produtores de pequeno e médio portes na melhoria da renda e adoção de práticas de intensificação da pecuária, incluindo a Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)
  3. Pró-Carbono: feito em parceria com a Bayer, para orientação de práticas agrícolas sustentáveis e auxílio dos agricultores em futuras negociações de créditos de carbono, que contou em 2022 com 1865 participantes;
  4. 3S: em parceria com a Cargill, para adoção de protocolos sustentáveis na cadeia de produção da soja.

A companhia iniciou um inédito trabalho de mensuração das emissões de GEE dos produtos do seu portifólio. Tendo obtido um resultado extremante relevante em que o fertilizante MPasto Nitro apresentou redução de 30% das emissões de GEE a campo, contribuindo para elevar a sustentabilidade no manejo de pastagens.

A Mosaic deu continuidade ao trabalho de extensão rural a partir da instrução e assistência técnica para o melhor manejo e aplicação de nutrientes no campo, tendo como premissa os 4C’s – fonte correta, dose correta, local correto, momento correto.

Nos processos de produção, a Mosaic Fertilizantes também intensificou suas ações com objetivo de reduzir as emissões de GHG e reduzir o uso da água. Na área de GHG, além de reforçar projetos visando atender as metas de redução de emissões de 2025 (20% por toneladas de produto segundo ano base de 2018), a empresa estabeleceu uma meta de emissões líquidas zero até 2040 para escopos 1 e 2. Como parte das ações para diminuir as emissões, estão projetos de eletrificação e redução de uso de combustíveis fósseis.

A Mosaic, além de todo o trabalho realizado pensando em uma maior sustentabilidade na agricultura, possui também um amplo portfólio de produtos para ajudar você, produtor(a) rural, aumentar seus índices produtivos e, consequentemente, sua rentabilidade. O Performa Bio aumenta a disponibilidade de nutrientes na sua lavoura, proporcionando melhor desenvolvimento das culturas. Conheça agora!

 

Cta performabio, produto da Mosaic Fertilizantes.

 

 

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