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Macronutrientes ou micronutrientes? Entenda a diferença

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Os macro e micronutrientes são nutrientes que atendem aos critérios de essencialidade, ou seja, na ausência ou insuficiência a planta não irá completar de forma adequada o seu ciclo e atender às suas funções determinadas.

A divisão entre macro e micronutrientes é de acordo com a quantidade com que esses elementos são exigidos pelas plantas e não por serem mais ou menos importantes. Na maioria das culturas agrícolas, os macronutrientes são exigidos na ordem de g kg-1, ou seja, isso significa que para produzirmos 1 kg de soja são requeridos 80, 8, 30 g de N (nitrogênio), fósforo (P) e potássio (K), respectivamente (Boletim 100). Já os micronutrientes, são na ordem de mg kg-1.

Quer saber mais sobre o assunto? Então continue lendo nosso artigo para entender a importância e função dos macro e micronutrientes nas plantas. Boa leitura!

Qual a função dos micronutrientes?

Os micronutrientes, assim como ocorre para todo elemento classificado como nutriente, são essenciais ao desenvolvimento das plantas. Sendo eles: cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), boro (B), cloro (Cl), molibdênio (Mo) e níquel (Ni). Cada um dos micronutrientes tem funções e importância diferentes.

  1. Cobre: este micronutriente atua em diversas enzimas, tais como, polifenoxilidase, fenolase, lacase, entre outras. Participa dos processos de lignificação e da fotossíntese, no transporte de eletrônico via plastocianina e no metabolismo de carboidratos, lipídeos e nitrogênio (Taiz e Zeiger 2004).
  2. Ferro: este micronutriente muitas vezes é ignorado por ter alta disponibilidade nos solos, em especial, nos solos tropicais, como no caso Brasil. Porém, ele exerce funções importantes dentro das plantas. O ferro age como ativador enzimático, participa na fixação do nitrogênio, serve como catalizador na biossíntese da clorofila e atua no desenvolvimento radicular.
  3. Manganês: dentre as funções se destacam a ativação de enzimas, na formação, multiplicação e funcionamento dos cloroplastos e na síntese da clorofila. Este micronutriente também atua nos compostos cíclicos, como precursor de aminoácidos, hormônios, fenóis e ligninas e no metabolismo do nitrogênio. Na fotossíntese, o Mn atua como um doador de elétrons para o fotossistema II (Marschner 1995).
  4. Boro: exerce função importante no metabolismo de carboidratos, na translocação de sintetizados, atua diretamente na divisão, maturação e diferenciação celular e na lignificação da parede celular das plantas (Dechen et al., 2018).
  5. Zinco: o Zn se destaca devido ser diretamente o responsável pelo alongamento celular, participando na síntese do triptofano, do qual é precursor do ácido indol-3-acético (AIA) (Marschner 1995).
  6. Cloro: por ser um nutriente altamente solúvel, está presente na composição de muitos fertilizantes, como no caso do cloreto de potássio (KCl). Normalmente, tem alta disponibilidade no solo, sendo mais comum problemas causados pelo excesso do que pela falta desse micronutriente. Dentro da planta ele age na regulação osmótica, nos processos de transpiração e na regulação dos movimentos de nutrientes catiônicos dentro e fora das células.
  7. Molibdênio: está estreitamente relacionado com o metabolismo e a fixação biológica do N. As enzimas que contêm o Mo são poucas, mas possuem funções essenciais às plantas, como as catalíticas que possuem função estrutural e as enzimas que estão diretamente relacionadas as reações de oxido-redução do metabolismo do N, como a redutase do nitrato, nitrogenase e a xantina oxidade/dehidrogenase (Marschner 1995).
  8. Níquel: o níquel foi o último elemento a ser classificado como micronutriente pelos pesquisadores. Tem função vital principalmente na fixação biológica de N, auxilia na absorção de ferro e confere resistência contra doenças.

Qual a importância dos micros no solo?

Os micronutrientes têm alta importância no solo. Mas, por serem exigidos em pequenas quantidades, é comum o excesso desses nutrientes causarem prejuízos as culturas agrícolas. No entanto, a falta deles compromete o desenvolvimento e a produtividade. Alguns micronutrientes são favorecidos pela presença de acidez no solo e ao ser realizado a calagem para corrigir o solo, acabam tendo sua disponibilidade comprometida.

macro e micronutrientes no solo
Figura 1 – Disponibilidade de nutrientes em diferentes condições de pH do solo.

Qual a função dos macronutrientes?

Apesar dos macronutrientes estarem presentes no solo como frações orgânicas, os macronutrientes são absorvidos pelas plantas em forma mineralizada. Por isso utilizamos fertilizantes minerais solúveis na fase de solução do solo, dissociando-se cátions (íons de carga positiva) e ânions (negativa). Somente após essa reação serão absorvidos através das raízes das culturas. Os macronutrientes são elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas, sendo eles: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Cada macronutriente tem funções e importância diferentes.

  1. Nitrogênio: em geral, o nutriente exigido em maior quantidade pelas plantas. Faz parte da fotossíntese, constituinte da molécula de clorofila, vitamina, carboidratos e proteínas. Exigido durante todo o ciclo do seu desenvolvimento. Sua deficiência traz um prejuízo no desenvolvimento das plantas e sua persistência provoca clorose nas folhas mais velhas.
  2. Fósforo: participação na formação de ATP (trifosfato de adenosina), responsável por fornecer energia para os processos de fotossíntese, divisão celular e transporte de assimilados. A sua deficiência é caracterizada por uma coloração verde-escura, nas folhas mais velhas e posteriormente na cor púrpura para deficiências mais severas, traz impacto direto na produtividade, baixa germinação de sementes e sistema radicular reduzido.
  3. Potássio: atua na abertura e fechamento de estômatos (ligado aos processos de absorção e perda de água pelas plantas), translocação de açúcares e ácidos orgânicos dentro da planta (amadurecimento de frutos e enchimento de grãos), e ativação enzimática. O sinal característico da deficiência é a clorose das margens das folhas mais velhas, por ser móvel na planta.
  4. Cálcio: constituinte da estrutura da planta, compondo a parede celular, no solo tem a importância de reduzir a acidez, diminuindo a toxidez do alumínio. Na deficiência desse elemento, o sintoma inicia com uma clorose internerval nas folhas mais novas. Outros sintomas podem ocorrer: queda das flores e redução no crescimento das raízes.
  5. Magnésio: elemento essencial na fotossíntese (15-20% do átomo central da clorofila composto por Mg), também atua na síntese proteica, carregamento do floema, separação e utilização de fotoassimilados. Diante da sua deficiência o sintoma inicia-se com uma clorose, com posterior manchas amarelas que evoluem para faixas nas margens em tons avermelhados.
  6. Enxofre: formação de aminoácidos e proteínas, fotossíntese e mecanismos de defesa da planta contra patógenos (Vitti et al., 2015). Na deficiência de enxofre, a planta apresenta um desenvolvimento reduzido e amarelecimento das folhas de forma uniforme quando associada a deficiência de nitrogênio, com sintomas semelhantes.

Entenda a diferença entre macronutrientes e micronutrientes

Macro e micronutrientes são elementos considerados essenciais ao crescimento e desenvolvimento das plantas. A diferença consiste somente na quantidade em que as plantas requerem esses nutrientes. Macronutrientes são exigidos na ordem de g/kg, já os micronutrientes em mg/kg.

Qual a importância dos macro e micronutrientes na adubação?

A prática de adubação consiste em fornecer para as plantas as quantidades de nutrientes que elas precisam menos a quantidade disponível no solo. Normalmente ao se realizar a adubação são priorizados os nutrientes N, P e K, por serem os mais exigidos e extraídos pelas culturas agrícolas. Mas vale ressaltar que as plantas elas necessitam de todos, sejam eles macro ou micronutrientes. Por isso, em uma correta adubação para consequentemente obtenção de boas produtividades, deve-se haver o fornecimento tanto de macro quanto micronutrientes.

Fontes de adubo que apresentam macro e micronutrientes

Existem variadas fontes de fertilizantes para cada nutriente e em alguns casos, uma mesma fonte combina dois ou mais nutrientes. As fontes variam de acordo com a concentração do nutriente, solubilidade, havendo algumas mais outras menos solúveis, e na fórmula química em que o elemento se encontra.

Da perspectiva de planejamento econômico e financeiro, macronutrientes ainda são a base de um plano de nutrição de safras balanceado, pois são necessários em maiores quantidades e fornecem maior retorno a cada investimento. Porém, um dos avanços das tecnologias dos fertilizantes atuais é que macronutrientes podem ser aplicados com a adição de micronutrientes para fornecer a nutrição mais balanceada possível para as lavouras. Utilizar produtos premium que combinem macro e micronutrientes proporciona altas produtividades e melhor rentabilidade.

Na hora de realizar a adubação o ideal é sempre começar por uma boa análise de solo. É ela que vai mostrar a real situação do seu solo, ou seja, o seu índice de fertilidade – teores de macro e micronutrientes presentes na área.

Com o resultado da análise em mãos, o ideal é buscar por profissionais da área, como Agrônomos(as), que podem te ajudar a fazer uma correta recomendação de adubação e correção do solo. Além disso, já existem hoje ferramentas disponíveis que fazem, de forma gratuita, uma recomendação de adubação e calagem, como a app Nutrição de Safras. Clique aqui e faça download agora mesmo!

A Mosaic Fertilizantes, com a missão de alimentar o mundo, possui um amplo portfólio de produtos para as mais variadas culturas agrícolas e pastagens. Conheça nossos produtos, fale com um de nossos especialistas e tenha a melhor nutrição para altas produtividades.

Leandro Gonzaga – Especialista de Novos Negócios Mosaic Fertilizantes.

Maira Soares – Especialista em Desenvolvimento de Mercado Mosaic Fertilizantes.

 

 

 

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