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Solo arenoso: é possível plantar nele?

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O solo arenoso pode ser definido pela textura, que é um dos principais parâmetros utilizados como indicador de qualidade física dos solos. Através da sua determinação, é possível inferir sobre outros aspectos importantes para compreender o comportamento e definir técnicas de manejo que propiciem maior resiliência das culturas e, consequente, maior produtividade agrícola. Porém, apesar de ser um parâmetro direcionador e permitir inferências, a avaliação isolada da textura do solo não possibilita o entendimento completo do sistema de produção agrícola. Em outras palavras, solo arenoso não é tudo igual e a seguir nós vamos entender o porquê.

 

O que é um solo arenoso?

 

Definir um solo como sendo um “solo arenoso” passa pela caracterização textural, que distingue os solos em função de sua constituição percentual de partículas minerais primárias de 3 diferentes faixas de tamanhos, que proporcionam sensações táteis de atrito, sedosidade e pegajosidade. São elas denominadas areia, silte e argila.

Areias são minerais litogênicos, ou seja, que tiveram sua origem associada à decomposição de rochas e são altamente resistentes ao intemperismo. Possuem diâmetro entre 0,04 a 2mm, enquanto o silte tem de 0,002 a 0,05mm de diâmetro e as argilas, são aquelas com menos de 0,002mm.

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Figura 1 – Escala de tamanhos de partículas do solo.

Areias são grandes partículas, quimicamente inertes, que contribuem para a maior aeração e permeabilidade dos solos, mas, que em contrapartida, propiciam solos com baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, imprescindíveis para a nutrição das plantas.

 

Quais são as propriedades do solo arenoso?

 

Solo arenoso é aquele composto por mais de 70% de areia, conforme figura 2, característica física que resulta em uma agricultura menos resiliente às variações de temperatura e disponibilidade hídrica e nutricional, exigindo técnicas de manejo  conservacionistas e que propiciem maior acúmulo de matéria orgânica através de novos arranjos e espécies vegetais.

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Figura 2 – Triângulo textural.

Uma vez que as areias são grandes partículas e quimicamente inertes, e que em função do tamanho, diferentemente das argilas, possuem poucas cargas elétricas capazes de reter nutrientes, isso torna-as acessíveis para as plantas absorverem. O “ingrediente” capaz de alterar esse ambiente de baixa disponibilidade de cargas elétricas é a matéria orgânica do solo.

 

Como melhorar o solo arenoso?

 

A matéria orgânica dos solos tropicais respondem por mais de 85% das cargas elétricas negativas dos solos, ou seja, a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) dos solos. Dessa forma, o incremento de matéria orgânica em solos arenosos tem a capacidade de aumentar a retenção de água e nutrientes minerais, elevando o potencial produtivo destes solos. Entretanto, elevar o teor de matéria orgânica do solo arenoso não é tarefa fácil, uma vez que a grande aeração deste solos eleva a taxa respiratória de microrganismos e, consequentemente, a taxa de decomposição de material orgânico. Faz-se necessário então, em regiões agrícolas tropicais, o uso de técnicas de manejo que propiciem grande aporte de material orgânico de diferentes espécies vegetais ao ambiente de produção.

Devido a reduzida capacidade de retenção de água, a agricultura de sequeiro (sem irrigação) em solo arenoso se torna mais dependente de um regime de chuvas previsível e bem distribuído, limitando assim a aptidão de determinadas regiões e culturas.

O Cerrado brasileiro, característico pela presença de planaltos de latossolo, apresenta grandes extensões de solos arenosos, onde são cultivados soja, milho, algodão, entre outras culturas extensivas.

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Figura 3 – Solo arenoso com 16% de argila em Porto dos Gaúchos – MT.

Os solos leves (de textura arenosa) como o da figura 3, apresentam menor capacidade tampão, aspecto este que se caracteriza pela capacidade dos solos de resistir a alterações. Ou seja, solos menos tamponados respondem de forma mais linear às alterações impostas. Por exemplo: por apresentarem menor resistência à variação de pH após a operação de calagem, exigem menores doses e maior frequência de aplicação de calcário, quando comparado a solos com maior teor de argila. A mesma lógica se aplica para um maior risco de toxidez causado por aplicação de altas doses de fertilizantes, sobretudo os de maior efeito salino, como o cloreto de potássio, nitratos e boratos.

Por terem menor teor de cargas elétricas (menor CTC), os solos arenosos estão mais sujeitos à lixiviação de nutrientes minerais, com destaque aqueles de grande mobilidade no perfil do solo, como o nitrogênio (N), potássio (K), enxofre (S), magnésio (Mg), boro (B) e molibdênio (Mo). Esse maior potencial de perdas exige a aplicação fracionada de fertilizantes, visando a redução de perdas ao longo dos ciclos agrícolas, ou uso de fertilizantes de disponibilização “inteligente” de nutrientes. Ou seja, que disponibilizem nutrientes em acordo com a marcha de absorção destes pelas culturas.

 

Mas é possível plantar em solos arenosos e obter altas produtividades agrícolas?

 

A fazenda Jaguarundy, em Ponta Porã – MS, foi a campeã de produtividade de soja pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) no Centro-Oeste, colhendo 127 scs/ha de soja em um solo arenoso, com 13% de argila. Mas como foi possível conseguir tal façanha?

Não há uma receita de manejo que permita uma prática agrícola exitosa em solo arenoso, más existem premissas já aceitas como pilares para o sucesso agrícola nesse tipo de ambiente produtivo. Condições climáticas como disponibilidade hídrica e amplitude térmica são mais impactantes ao desenvolvimento pleno das culturas de solos leves, mas como em ambientes abertos não podemos regular esses agentes, cabe ao técnicos e agricultores aplicarem técnicas que garantam às plantas maior tolerância às possíveis intempéries climáticas.

Em resumo, é sim possível obter sucesso com o cultivo de diversas culturas em solos arenosos, desde que se busque conhecer a interação solo/planta/clima local, a fim de aplicar de práticas agronômicas específicas que mitiguem possíveis estresses ao longo do ciclo de cultivo.

A Mosaic Fertilizantes é uma grande parceira do agricultor no manejo nutricional de áreas arenosas, já que disponibiliza em seu portfólio, fertilizantes com tecnologia embarcada capaz de reduzir perdas de nutrientes de alta mobilidade nos solos. Conheça o portfólio: 

 

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